A Associação Cooperativa de Produtores e Marketing de Cacau de Gana Limited (GCCFA) expressou forte insatisfação com o preço do cacau anunciado pelo governo para a safra 2025/2026, considerando-o inadequado frente aos custos crescentes de produção e às expectativas dos agricultores.

O novo valor foi fixado em US$ 5.040 por tonelada, o que corresponde a GH₵ 3.228,75 por saco de 64 kg. Apesar do leve aumento em relação ao ciclo anterior — GH₵ 3.100 em 2024/2025 —, a entidade argumenta que a elevação é modesta e não acompanha as variações cambiais nem os custos de produção, que dispararam nos últimos anos.

Segundo levantamento da própria GCCFA, 67% dos produtores acreditam que o preço justo deveria ficar entre GH₵ 7.000 e GH₵ 10.000, enquanto 25% defendem valores entre GH₵ 4.000 e GH₵ 6.000. Apenas 8% apoiariam um preço acima de GH₵ 10.000.

A associação destacou que despesas com mão de obra, transporte e manutenção agrícola triplicaram, em parte devido à inflação e às atividades ilegais de mineração (galamsey). Nessas condições, o preço atual não seria suficiente para:

• Comprar insumos agrícolas;

• Arcar com fertilizantes e defensivos;

• Investir em maquinário e manutenção essencial.

“O governo deveria ter aumentado o preço para, no mínimo, GH₵ 4.000 por saco, de modo a dar algum alívio e melhorar o setor”, afirmou a GCCFA em comunicado.

Representatividade e posicionamento

A GCCFA, que congrega cerca de 70 sindicatos cooperativos e representa mais de 340.000 agricultores em regiões produtoras como Ashanti, Central, Leste, Oeste, Volta, Bono e Ahafo, afirmou que continuará aberta ao diálogo e à colaboração com o governo e o Cocobod para buscar soluções que fortaleçam a cadeia produtiva.

Apesar do tom crítico, a associação reforçou que sua meta é encontrar um caminho sustentável para o setor, que enfrenta pressões externas do mercado internacional e internas relacionadas à elevação dos custos de produção.

Fonte: mercadodocacau com informações ghanaweb