O lançamento do Plano Safra 2015/2016 não será mais em 19 de maio, como havia afirmado no mês passado a ministra da Agricultura, Kátia Abreu. A visita do primeiro ministro chinês, Li Keqiang, que estará no Brasil nesse mesmo dia para oficializar a reabertura do mercado chinês para a carne bovina brasileira, tem sido apresentada como a justificativa. Nos bastidores, porém, os debates em torno do tamanho dos subsídios e das taxas de juros não estão concluídos e alguns obstáculos precisam ser vencidos.
A captação da poupança, que registrou mais saques que depósitos em 2015 e apenas entre janeiro e abril teve saques de R$ 29 bilhões, frustrou técnicos que participam da preparação do Plano Safra, principalmente no Banco do Brasil, que detém a maior parcela dos recursos da caderneta e é também o maior operador do crédito rural no País. Uma forma de estímulo à poupança está sendo pensada para tentar fazer avançar os recursos da caderneta, que é uma das fontes com menor custo para os bancos, mas isso não foi concluído.
A taxa de juros parece não ter encontrado um consenso dentro da equipe. O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse à Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), na última terça-feira que o porcentual será acima da inflação e abaixo da Selic. Considerando que a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 8,26% para 2015 e a Selic atingiu na semana passada uma taxa de 13,25% ao ano, as disputas estão entre 8,5% e 9% de juros para o Plano Safra. Fonte: Estadão