Diante da crise hídrica que acionou o sinal de alerta em vários Estados para a questão do uso da água, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, afirmou ontem que sua Pasta, em conjunto com o Ministério do Meio Ambiente, está realizando um amplo levantamento sobre o impacto da seca na produção de alimentos e na inflação. A ideia é mapear onde pode faltar água para atividades agrícolas e onde são necessárias ações emergenciais.
Para traçar esse quadro, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) está burilando suas previsões sobre como deverá se comportar o regime de chuvas nos próximos três meses em todas as regiões brasileiras. A Conab, por sua vez, está checando seus estoques de alimentos para antever possíveis problemas de abastecimento em função da ausência de chuvas em áreas de produção.
A Embrapa e a Agência Nacional de Águas (ANA) também participam do grupo de trabalho que terá a missão de apresentar, provavelmente na semana que vem, o quadro mais completo possível da situação.
"Vamos entregar um mapa antecipado para a presidente Dilma de quais alimentos podem faltar nos próximos meses no país, pensando em abastecimento e inflação", afirmou a ministra.
Há 15 dias esses órgãos vêm trabalhando no acompanhamento da umidade no solo em todo o território nacional, com o objetivo de dimensionar o volume de água que está disponível para a produção de alimentos.
Conforme Kátia Abreu, a questão hídrica não é uma preocupação no caso da oferta de grãos. A questão mais séria está em São Paulo e envolveu a produção de verduras e leguminosas, bastante prejudicada desde o ano passado por conta da falta de água. Segundo ela, há regiões do país, como áreas irrigadas do Nordeste, que podem compensar a queda da oferta paulista.
Secretários de Agricultura de todas as unidades da Federação aprofundaram a discussão sobre o tema em reunião iniciada na tarde de ontem no Ministério da Agricultura. Fonte: CNA