Ilhéus – Uruçuca: roteiro do cacau, do chocolate e história

Uma estrada que cheira a chocolate, ladeada por uma mata rica em espécimes vegetais e animais que parecem proteger viçosas roças de cacau, e cercada por rios de nomes lendários. Parece um sonho para a região cacaueira situada na rodovia BA-256, trecho Ilhéus – Uruçuca, maltratada nos últimos 28 anos pelo fungo da vassoura-de-bruxa, mas que começa a se transformar em realidade em dezembro deste ano, quando serão instalados os portais de acesso na saída de Ilhéus e na BR-101.

 

"São cerca de 40 km de uma estrada muito bonita, com muita mata atlântica preservada e mais de 20 proprietários de fazendas que estão dispostos a integrar o projeto", explica Marcos Lessa, um dos idealizadores da iniciativa. Ele afirma que cinco fazendas já estão preparadas para visitação: Provisão, Riachuelo, Almada, Leão de Ouro e Capela Velha. A casa de fazenda da Mocambo, com 16 suítes e que deve ser transformada em spa, está em fase de obras.

 

Ao longo da estrada, também estão instaladas as grandes moageiras de cacau, como Barry Callebout e Cargill (que deverão dispor de show-room para explicar os processos de produção ou loja de fábrica); a Chocolate Caseiro de Ilhéus  (primeira fábrica de chocolate da região); a unidade de produção de mudas do Instituto Biofábrica de Cacau; e o IfBaiano, com cursos técnicos de alimentos e de turismo. O Sebrae cuidará da capacitação dos funcionários para o receptivo.

 

O projeto é resultante do cruzamento dos negócios gerados pelo produto e da reação dos herdeiros dos antigos produtores. "Nós fizemos o projeto e apresentamos ao governo do estado, que assinou um protocolo de intenções, incluindo a instalação dos portais. Vamos cuidar da sinalização, postos de informação e segurança, não para fechar o trecho, mas para marcar uma diferenciação em relação a outras estradas. Mas o projeto vai incluir, no futuro, outras áreas também muito interessantes", diz Lessa.

 

Ilhéus recebe no verão 200 mil pessoas. De outubro a março, aportam na cidade de 30 a 35 navios, trazendo 70 mil visitantes para a cidade. Existe ainda a visão equivocada de que o turismo é feito por quem vem de longe. Mas 50% de quem vem para esta região é da Bahia, e metade deles vem de Salvador, informa Marcos Lessa, que é dono da Chor, fabricante de chocolate premium.



Fazenda Provisão

A Fazenda Provisão fica situada no Km 27 da Rodovia Ilhéus-Uruçuca, a 25 km do centro da cidade e às margens do Rio Almada. Em 1885, a fazenda foi construída pelo coronel Domingos Adami de Sá, primeiro prefeito de Ilhéus. Roberto Novaes, da sexta geração da família, administra e cuida da alimentação.

 

A fazenda tem 400 hectares e dispõe de sete quartos e uma casinha para hospedagem, ao custo de R$ 149 a diária, incluindo café da manhã com frutas de quintal, cuscuz e outras delícias. Quem gosta de aventura pode fazer trilhas nos níveis 1 e 4 com guia (40 minutos a 2 horas), passeio de barco e fazer o avistamento de mico-leão dourado.

 

As refeições são desfrutadas numa charmosa cabana avarandada; por R$ 50 é possível visitar e almoçar no local (metade para crianças a partir de 7 anos). Ligue com 24 horas de antecedência para escolher o que deseja comer, como a exótica Moqueca de Jaca. Contato: (71) 9624-4646, (73) 9906-9903, www.fazendaprovisao.com.br.

 

Fazenda Riachuelo

Mendoá, corruptela da palavra amêndoa, é a joia da coroa da Fazenda Riachuelo, situada a 20 km de Ilhéus. A logomarca da fábrica de chocolates é o corte longitudinal de um coco de cacau e as embalagens são criadas no local.

 

O biólogo Raimundo Mororó comanda a pesquisa que origina o cacau, que é base do chocolate. Na fazenda, pratica-se o cultivo tradicional no sistema cabruca (cultura do cacau sob a proteção das árvores da Mata Atlântica). O visitante pode conhecer desde os cuidados na coleta do coco, que não sofre cortes na casca e é lavado antes da retirada das amêndoas.

 

Em seguida, o cacau é fermentado no sistema tradicional de cochos de madeira e depois secado em barcaças. Ao final, as amêndoas são avaliadas no centro de pesquisa e transformadas em chocolate ou encaminhadas para venda em sacas.

 

A fábrica produz até 300 kg de chocolate premium por dia (concentrações entre 40% e 99%). Contato para visitas: mendoa@mendoachocolates.com.br. Fonte: A Tarde

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