Enquanto os principais países produtores enfrentam problemas para realizar
entregas, aquecendo o mercado internacional de matéria prima, os grandes
fabricantes de chocolates globais, emitem sinais de quedas nas vendas, por
conta dos elevados custos atuais do cacau.
Gigantes fabricantes de chocolate como Hershey e Mondelez, poderão enfrentar
condições comerciais complicadas à frente. Enquanto isso, tentam repassar os
crescentes custos do cacau para consumidores ao redor do mundo, os quais, seguem
atravessando sérias dificuldades financeiras.
Os consumidores na Europa e na América do Norte, convivem com aumentos de
preços de aproximadamente 20% nos últimos dois anos e consequentemente
começaram a reduzir o volume de chocolate que compram. A informação é
proveniente de recentes pesquisas de mercado realizadas pela Nielsen, maior
indicador de movimentação de alimentos do mundo.
As indústrias incidiram em lucros abundantes nos últimos dois anos, já que a demanda
por chocolate se manteve, apesar dos aumentos de preços. Atualmente, analistas
apontam para uma reversão de tendência, visto as máximas de 46 anos atingidas nos
custos do cacau, como também, registros de elevações consideráveis nos preços do
açúcar.
Importantes players chocolateiros, relataram que operam em manobras
mercadológicas constantes para atrair os consumidores e manter as vendas. Se
utilizam de promoções e lançamentos em sequência, além de induzirem novas
formatações nos produtos. Recentemente, os números negativos surgiram como um
sinal evidente do desgaste firme de demanda. Executivos da Mondelez, ressaltam que
estão inseridos em uma batalha, reportaram queda nas vendas de -3,2% em julho
comparadas com mesmo período do ano anterior.
Quanto aos varejistas, depois de mais de dois anos caminhando com preços
elevados, estão recuando nas compras. Os apertos no mark-up nos chocolates,
começam a comprometer as margens e a lucratividades nas operações. No
continente Europeu, talvez o mais afetado economicamente, algumas relevantes
redes de supermercados já não conseguem negociar com chocolateiros,
afastando algumas grandes marcas das gondolas.
Os impasses tendem se estender por mais algum tempo, visto as previsões para
aperto de safra na África, incidindo na provável continuidade ascendente dos preços
internacionais da matéria prima.
Fonte:Mercado do cacau