Indústria cacaueira instalada no Brasil já projeta mais concorrência

Os problemas econômicos domésticos não são a única preocupação da indústria cacaueira instalada no Brasil. Países que atualmente lideram o cultivo da amêndoa também têm recebido investimentos para ampliar o processamento da matéria-prima. Segundo especialistas, a Indonésia é um deles e poderá se tornar forte concorrente da indústria nacional no longo prazo. 

 

O país asiático, terceiro maior produtor de cacau do mundo, deixou de exportar a amêndoa em 2013 para processá-la internamente. Hoje, a indústria indonésia de cacau é a quinta maior do mundo, de acordo com dados do banco africano Ecobank. 

 

Nos primeiros cinco meses deste ano, a Indonésia foi a origem de cerca de 40% das compras de pasta de cacau desengordurada que o Brasil realizou no mercado externo, ou 1,8 mil toneladas, e de 30% das importações de cacau em pó sem açúcar, o equivalente a 1,4 mil toneladas. 

 

"Vamos enfrentar uma concorrência forte. A indústria indonésia tem custos baixos de produção, de mão-de-obra e de processamento", diz Walter Tegani, secretário-executivo da AIPC, que representa as processadoras multinacionais instaladas no Brasil. 

 

No caso da manteiga de cacau, porém, o país vendeu pouco para o Brasil este ano. Em cinco meses, foram apenas 400 toneladas do produto fabricado na Indonésia. 

 

A maior parte da manteiga importada pelo Brasil veio da Costa do Marfim, que exportou para o Brasil 138 mil das 142,3 mil toneladas compradas pelo país no exterior no período em questão. O país africano, maior produtor global de amêndoa, já abriga um grande parque industrial, menos apenas que o dos Países Baixos. Com informações Valor.com 

 

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