Indústria de chocolate espera vendas na Páscoa iguais às de 2015

Os maiores fabricantes de chocolates com operação no Brasil esperam para este ano vendas na Páscoa iguais às de 2015 em volume. Em receita, a expectativa média é de um crescimento nominal inferior a 10%, o que em termos reais significa perda de receita em relação à inflação dos últimos 12 meses.

A Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) estima para este ano um volume de produção da indústria similar ao da Páscoa do ano passado, quando foram produzidas 19,7 mil toneladas de chocolates, ou o equivalente a 80 milhões de ovos de Páscoa. A data é a mais importante para o setor e as vendas no período, segundo as companhias, representa um 13º mês de vendas.

“O volume de 2016 ainda não está fechado porque as indústrias ainda estão produzindo os ovos. Mas a expectativa é ficar no patamar de quase 20 mil toneladas. O setor não trabalha com previsão de queda no momento”, afirmou Ubiracy Fonseca, vice-presidente de chocolate da Abicab. Ele considera que as indústrias têm contra si um mercado consumidor retraído, com número maior de desempregados e custos mais altos com produção e logística para distribuição de produtos.

Ainda segundo a Abicab, as empresas fizeram ajustes nas linhas de produção, com redução de formatos e tamanhos dos ovos, redução em custos de embalagens e licenciamentos de marcas, para tentar fazer caber os ovos de Páscoa nos bolsos dos consumidores. “Se em 2015 a maioria dos ovos era de 400 gramas, neste ano a média é 250 gramas”, disse Fonseca. Em relação ao número de lançamentos, os fabricantes vão colocar no mercado neste ano, a partir da próxima semana, 147 linhas novas de ovos de Páscoa, contra 150 no ano passado.

A Village foi uma das empresas que mudaram suas linhas para tentar ampliar vendas. Reinaldo Bertagnon, gerente de marketing da Village, disse que importou brindes infantis mais simples da China para reduzir custos dos ovos infantis. A empresa aumentou em 10% a produção de ovos neste ano, para 1,5 milhão de unidades e fez ajuste nos preços de 7% a 8% em relação a 2015.

A Cacau Show também informou que reajustou os preços em torno de 7% para atrair os consumidores. Alexandre Costa, presidente da Cacau Show, disse que a companhia fez melhorias na produção para controlar custos e elevou a produção de ovos em 11% para atender o número maior de lojas neste ano (250 a mais que na Páscoa passada).

A Nestlé retirou da lista de ovos linhas com vendas mais fracas, como Charge e Chokito. André Laporta, gerente de marketing da Nestlé, disse que vai reajustar os preços em torno de 10% neste ano e espera vendas estáveis em volume em relação a 2015. O mesmo acontece com a marca Garoto, segundo keila Broedel, gerente de marketing da Garoto.

A Mondelez, dona da Lacta, disse que fez sacrifícios internos para manter inalterados os preços dos ovos em relação ao ano passado. Fernanda Pincherle, gerente de marketing de Páscoa da Mondelez, acrescentou que os preços foram mantidos sem mudança no peso dos ovos. A empresa, no entanto, concentrou o foco neste ano em ovos de Páscoa menores, que serão vendidos a menos de R$ 30 a unidade. A Mondelez produziu 25 milhões de ovos neste ano, mesmo número de 2015. Fonte: Valor

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