Para tratar sobre os mecanismos que são utilizados atualmente na geração dos dados de produção de cacau no território baiano, estiveram reunidos na última quarta-feira (16), na Secretaria da Agricultura (Seagri), representantes do setor produtivo, da Agência Estadual de Defesa Agropecuária (ADAB), da Associação Nacional das Indústrias Processadores de Cacau (AIPC), os técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e o superintendente de Política do Agronegócio da Secretaria da Agricultura (Seagri), Guilherme Bonfim. O IBGE, a Comissão Executiva da Lavoura Cacaueira (CEPLAC) e a IPC, STC (Somos Todos Cacau) buscam encontrar uma base de informações que seja consensual, única e condizente com a realidade da produção.
As referências utilizadas oficialmente são fornecidas pelo IBGE, órgão público responsável pelos dados e estatísticas brasileiras, mas o setor industrial e instituições oficiais ligadas à cadeia produtiva do cacau vêm questionando algumas informações de produção e previsão de safra. “A finalidade do encontro foi diagnosticar as divergências dos dados levantados por cada instituição, e fazer com que a Bahia e o Brasil tenham informações precisas de produção, garantindo que as políticas públicas sejam eficientes e atendam inteiramente as necessidades do segmento”, alerta o superintendente.
“O objetivo é chegar a um número brasileiro correto e esses valores precisam ser reconhecidos por todos da cadeia produtiva. A Indústria se opõe aos dados oficiais, mas não apresenta solução para padronizar o sistema”, afirma Guilherme Moura, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB).
O técnico do IBGE, Fernando Braga, defendeu a instituição como fonte oficial brasileira. “O IBGE oficialmente é o detentor dos dados. Prezamos pela imparcialidade e estamos alinhados com a CEPLAC. O trabalho é feito por município”, explica.
Uma nova reunião ficou agendada para o dia 16 de agosto entre os órgãos envolvidos, que irão apresentar os sistemas utilizados por cada um e verificar a possibilidade de unificá-los. O IBGE, a CEPLAC, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a Secretaria de Agricultura e a AIPC confirmaram participação.
Representantes do STC consideraram o encontro produtivo: “Avaliamos como muito produtiva a reunião e em destaque, chamou atenção: o empenho de todos na busca da solução esperada, o interesse da Seagri em manter o assunto em foco, o desprendimento da AIPC (muito diferente do que ocorreu em outras oportunidades quando se mostrou resistente e desinteressado) e o bom conceito do MDIC quanto à potencialidade da cadeia produtiva do cacau”, disse o STC.