Cinco anos depois do incêndio que destruiu o terceiro andar do Instituto do Cacau, no bairro do Comércio, em Salvador, finalmente o prédio vai ser reformado. A Secretaria da Administração do Estado (Saeb) publicou no Diário Oficial do último final de semana o resultado da licitação para recuperação estrutural da laje da cobertura e casa de máquina do prédio, que contará com um investimento de R$ 1,7 milhão. As obras serão realizadas pela AMF Engenharia e Serviços Ltda e terão início ainda neste mês de agosto.
Em 17 de janeiro deste ano, a Saeb havia divulgado que mais R$ 2 milhões seriam investidos na primeira etapa da obra. O edital chegou a ser publicado e a licitação marcada para 20 de fevereiro. No entanto, uma ação popular, liderada pelo advogado Bruno Almeida, conseguiu suspender a licitação, alegando que o projeto não possuía aprovação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Na ocasião, o Iphan havia confirmado que seria necessária a análise e autorização deles para que ocorressem reformas no imóvel, pois o Instituto do Cacau fica em uma região do Comércio tombada pelo órgão, estando também sob a proteção dele.
A liminar que suspendeu a licitação foi julgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) e cassada no dia 30 de maio. Um dia depois, a Saeb lançou a nova licitação que escolheu a empresa que vai tocar a obra.
Arquitetura
Quem nota as paredes pichadas e sujas ou as grades enferrujadas do Instituto do Cacau nem imagina que aquela estrutura foi uma das primeiras obras de arquitetura moderna na Bahia. Do lado de fora, o teto queimado relembra a manhã de 16 de julho de 2012, quando o terceiro andar foi destruído por um incêndio.
No alto do edifício, ainda é possível ver vários andaimes estruturados que sustentam os destroços do terceiro andar – o qual continua interditado desde o fogo – e impedem um possível desabamento. Nos andares inferiores do prédio funcionam o SAC Educação, o SAC Cidadão e o Núcleo Regional da Educação.
O Instituto do Cacau foi criado em junho de 1931. Para a época, o design do prédio foi uma importante evolução arquitetônica no estado. O projeto foi assinado pelo arquiteto alemão Alexander Buddeus e reúne linhas sofisticadas, com elementos de estilos clássicos como o art déco e a Escola de Bauhaus.
Fonte: Correio