A Mars deverá comprar a participação minoritária de Warren Buffett em sua subsidiária Wrigley. Com isso, assumirá integralmente a maior fabricante mundial de chicletes, em uma época de fragilidade das vendas no mercado mundial de doces, que movimenta US$ 177 bilhões.
A Mars, fabricante dos chocolates M&M e Snickers, vai comprar os 19,38% do capital da Wrigley controlados pela Berkshire Hathaway de Buffett por quantia não revelada.
A Berkshire adquiriu a participação em 2008, sob a forma de US$ 2,1 bilhões em ações preferenciais que pagavam um dividendo anual de 5%, quando se associou à Mars para ajudar a custear sua tomada de controle da Wrigley, por US$ 23 bilhões. A empresa de Buffett também emprestou US$ 4,4 bilhões à Mars, fabricante de chocolates e rações para animais de estimação, que já foram amortizados.
Buffett disse à rede de TV CNBC na época que realizara, por 70 anos, um “teste de paladar” antes de investir. “Entendo a Wrigley ou a Mars muito melhor do que entendo o balanço de alguns dos grandes bancos”, acrescentou.
A Mars espera simplificar suas operações de doces ao oferecer aos varejistas a opção de negociarem uma ampla carteira de produtos com uma única fornecedora. Pelo texto do acordo original, a Mars tinha o direito de adquirir metade da participação de Buffett este mês e o restante em 2021, mas acelerou a compra a fim de conquistar o pleno controle.
Ontem, ao comentar seu investimento, Buffett disse: “Tanto o trabalho com a família Mars quanto a gestão Mars-Wrigley, não poderia ter sido experiência melhor, tanto do ponto de vista pessoal quanto financeiro”.
O negócio ocorre num momento em que as fabricantes de alimentos industrializados enfrentam o acirramento da competição nos mercados ocidentais, em meio à busca do consumidor por produtos mais saudáveis, como barrinhas de cereais, e por alimentos altamente protéicos, como charque de carne bovina. Nos Estados Unidos, as vendas de doces no varejo deverão crescer 1,6% neste ano, comparativamente à expansão de apenas 1% em termos mundiais, segundo a Euromonitor. Por outro lado, as vendas de barrinhas de cereais cresceram 4% anuais ou mais nos últimos anos nos EUA.
O analista Jack Skelly, da Euromonitor, disse que a desaceleração do mercado de doces se deve a dois fatores principais: “aumento da concorrência com os lanches saudáveis e a alta saturação do mercado”. “Nos EUA as pessoas comem algo como 70 barras de chocolate ao ano, portanto é muito difícil fazer com que comam mais chocolate – e mais difícil ainda numa época em que outros tipos de lanches ingressam [no mercado] para concorrer”, acrescentou.
A Mars e a Wrigley lideram o mercado mundial de doces com uma participação conjunta de 13,5%, seguidas pela Mondelez, que tentou, sem sucesso, adquirir a Hershey neste ano. Nos EUA, a Mars e a Wrigley, já considerada uma subsidiária integralmente controlada pela Mars, dominam 25% do mercado, segundo a Euromonitor.
Martin Radvan, o presidente da Wrigley que comandará a recém-formada Mars Wrigley Confectionery, a ser sediada em Chicago, a cidade de origem da Wrigley, disse que a integração plena das empresas melhorará “nossas oportunidades de abordar, juntas, o varejo e as tendências do consumidor”.
A mudança dos hábitos de consumo fez com que concorrentes diversificassem seu portfólio, como a recente aquisição, pela Hershey, do charque de carne bovina Krave. O chocolate, visto como uma extravagância autoconcedida, teve desempenho muito melhor do que os doces açucarados, disseram analistas, diante da percepção de alguns benefícios à saúde, enquanto a demanda por chocolate premium tem crescido nos EUA.
A Mars não tem uma marca mundial de chocolate premium, embora possua algumas locais, como a Ethel M nos EUA. Essa é uma questão que o grupo provavelmente terá de enfrentar por meio da criação de uma marca ou de uma aquisição, disse Skelly.
Buffett tem investido frequentemente na indústria tradicional de alimentos e bebidas. Possui, há muito tempo, uma participação na Coca-Cola, de pouco mais de 9%. Associou-se, além disso, com a 3G Capital para criar a combinação Kraft Heinz em 2014, bem como a fusão da Burger King com a Tim Hortons para criar a Restaurant Brands International.
Buffett não informou o que pretende fazer com a renda apurada na venda. Fonte: Valor
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Alguém pode dizer a esse cretino
que usurparam o lugar dos Índia, principalmente porque o BRASIL nunca foi descoberto, os portugueses encontraram habitantes no local. Ninguém deveria ser obrigado a trabalhar acorrentados como bichos e marcados como
Interessante a fala deste magistrado, graças a princesa Isabel este senhor, livrou-se de ser vendido como mercadoria , marcado feito boi e não ter que ser acorrentado para trabalhar de sol a sol e se alimentar de restos para sobreviver.