Por: Claudemir Zafalon
O mercado de cacau seguiu com movimentações tímidas nesta semana. Ontem, o contrato de maio oscilou no intervalo entre $10.210 e $10.521 por tonelada, fechando em $10.491. Foram negociados 10.783 contratos no dia, com um volume total de 22.830 contratos. O interesse em aberto permaneceu estável em 116.435 contratos, sugerindo que a maioria das movimentações foi de rolagens.
Segundo dados divulgados pela ICE (Intercontinental Exchange), os estoques certificados de cacau monitorados nos portos dos Estados Unidos somam atualmente 1.386.333 sacas. Apesar disso, o mercado mostra baixa liquidez, especialmente em sessões próximas às entregas, com preços consolidando-se na faixa de $10.400 a $10.500.
Tecnicamente, o mercado está respeitando a média móvel de 40 dias, que se encontra na área de $10.600 a $10.650, enquanto os principais níveis de suporte estão em $10.250 e $10.000.
No mercado de câmbio, o contrato de dólar futuro com vencimento em março, negociado na Bolsa de Chicago, foi cotado nesta manhã a R$ 5,706. A valorização do dólar pode gerar impacto nos preços das commodities, como o cacau, especialmente em países exportadores.
Pressões no Setor Alimentício
No segmento alimentício, o CEO da Mondelez, Dirk Van de Put, revelou novos desafios enfrentados pela fabricante de produtos como Oreo e Ritz. Segundo Van de Put, o movimento “Make America Healthy Again” (Tornar a América Saudável Novamente), liderado pelo secretário de saúde dos EUA, Robert F. Kennedy Jr., poderá impor mudanças significativas nos produtos da empresa.
A campanha busca reformular alimentos ultraprocessados, exigindo a substituição de ingredientes e corantes artificiais. Essa mudança, além de impactar diretamente os custos de produção, pode levar a aumentos de preços nos Estados Unidos.
Kennedy já sinalizou sua intenção de buscar a regulação de aditivos alimentares e promover uma investigação sobre os impactos dos ultraprocessados na saúde pública. A iniciativa ganhou força após uma ordem executiva assinada pelo ex-presidente Donald Trump, que estabeleceu uma comissão para combater doenças crônicas e infantis no país.
Com essas novas diretrizes, grandes fabricantes de alimentos deverão ajustar suas estratégias para atender a uma demanda crescente por produtos mais saudáveis, enquanto enfrentam pressões econômicas e regulatórias.
Fonte: mercadodocacau