Os preços do cacau enfrentaram uma queda nesta semana, com o cacau ICE NY de setembro (CCU24) caindo -85 (-1,04%) e o cacau ICE London #7 (CAU24) de setembro recuando -148 (-2,26%). Esse movimento descendente reflete uma série de fatores que estão impactando o mercado global de cacau
Melhoria Climática na África Ocidental
Uma das principais razões para a pressão sobre os preços é a previsão de melhores condições climáticas na África Ocidental, principal região produtora de cacau. O fim do padrão climático El Niño e uma possível transição para La Niña devem aumentar as precipitações na Costa do Marfim e em Gana. Esse aumento na umidade do solo é esperado para elevar a produção de cacau na região.
Aumento nas Exportações da Nigéria
A Nigéria, o quinto maior produtor mundial de cacau, também contribuiu para a queda dos preços. As exportações de cacau do país aumentaram 18% em junho, totalizando 14.465 toneladas métricas (MT). Esse aumento na oferta global pressiona ainda mais os preços para baixo.
Desafios com Doenças e Produtos Químicos
Embora as chuvas sejam benéficas para a produção, elas também trazem o risco de doenças, como o Black Pod. Os agricultores estão lutando para adquirir produtos químicos caros necessários para proteger suas plantações. O alto custo desses produtos tem retardado a pulverização, permitindo o ressurgimento de doenças.
Estoques Reduzidos nos EUA
Nos Estados Unidos, os estoques de cacau monitorados pela ICE caíram para o nível mais baixo em três anos e meio, com 2.960.845 sacas. Essa oferta restrita nos EUA oferece algum suporte aos preços.
Produção em Gana e Costa do Marfim
Em Gana, o regulador de cacau projeta uma recuperação significativa na produção para a temporada 2024/25, com um aumento para 700.000 MT, em comparação com 425.000 MT em 2023/24. Este aumento esperado na produção é outro fator que contribui para a pressão sobre os preços.
Por outro lado, na Costa do Marfim, a produção enfrenta desafios. Dados recentes indicam que os agricultores embarcaram 1,65 milhões de toneladas métricas (MMT) de cacau até o final de julho, uma queda de 29% em relação ao ano anterior. A produção na temporada 2023/24 é projetada para cair 21,5% para 1,75 MMT, o menor nível em oito anos.
Demanda Global
A demanda por cacau tem sido um ponto de apoio para os preços. A National Confectioners Association informou que a moagem de cacau na América do Norte no segundo trimestre aumentou 2,2% em relação ao ano anterior, superando as expectativas. Na Europa, a moagem de cacau também surpreendeu positivamente, com um aumento de 4,1%. Na Ásia, a queda foi menor do que o esperado, com um declínio de apenas 1,4%.
Perspectivas de Déficit
A Associação Internacional do Cacau (ICCO) projetou um déficit de 439.000 MT para a temporada 2023/24, significativamente maior do que a estimativa anterior de 374.000 MT e muito acima do déficit de 74.000 MT em 2022/23. A produção global de cacau em 2023/24 deve cair 11,7%, para 4,461 MMT, o que pode oferecer suporte aos preços a longo prazo.
O mercado de cacau está atualmente enfrentando uma combinação complexa de fatores que estão pressionando os preços para baixo. Enquanto as melhorias climáticas na África Ocidental e o aumento das exportações da Nigéria aumentam a oferta global, preocupações com doenças nas plantações e estoques reduzidos nos EUA oferecem algum suporte. A demanda global por cacau permanece robusta, mas as previsões de um déficit significativo podem alterar o equilíbrio do mercado nos próximos meses.
Fonte: mercadodocacau com informações Barchart
1 Comment
Quem lê o artigo até final vê que o articulista está perdido! Primeiro diz haver boas condições futuras por causa das chuvas. No entanto o problema das chuvas é a podridão parda que ele mesmo aventa, mas sabemos que ela está existindo e quando não tratada previamente, dizima toda a produção. Depois diz ter havido maiores embarques, mas apresenta números que mostram o contrário. Assim não dá!!! Sabe-se sim, que a situação é bem pior do que a que se apregoou. E isso vai levar sim, a um aumento nunca visto dos preços. Não adianta divagar. O celular aposentou os jornalistas!