O mercado futuro de cacau em Nova York manteve a trajetória de baixa no início desta semana, atingindo o menor nível em mais de dez meses. O contrato de dezembro oscilou entre US$ 6.914 e US$ 7.230 por tonelada, encerrando o pregão a US$ 6.959, queda de US$ 284 no dia. O volume negociado superou a média, alcançando 14.267 contratos, com 35.471 contratos no total.
O interesse em aberto – indicador de novas posições em carteira – aumentou em 1.821 contratos, totalizando 101.873, um sinal de que os vendedores continuam firmes e de que a pressão vendedora ainda não encontrou suporte técnico. O Índice de Força Relativa (RSI) está em 35%, sugerindo que o mercado segue sobrevendido, mas sem indicar um fundo de preços.
Nos portos dos EUA, os estoques certificados monitorados pela ICE recuaram 6.599 sacas, para 2.015.717 sacas, queda insuficiente para sustentar preços no curto prazo.
Analistas da Barchart destacam que chuvas favoráveis na Costa do Marfim – maior produtor mundial – melhoram as perspectivas para a próxima colheita, reduzindo temores de oferta restrita. A Mondelez informou que a contagem de frutos na África Ocidental está 7% acima da média de cinco anos e “substancialmente superior” à da safra passada. A colheita principal marfinense começa no fim deste mês, e produtores demonstram otimismo quanto à qualidade e volume.
O mercado aguarda a divulgação, em 16 de outubro, dos dados de moagem do terceiro trimestre, após um segundo trimestre já considerado fraco. Caso os números confirmem nova retração na demanda, a pressão de baixa pode se intensificar.
No câmbio, o contrato futuro de real/dólar para outubro manteve estabilidade em R$ 5,335, enquanto investidores acompanham o pronunciamento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, marcado para as 14h35 (horário de Brasília), evento que pode influenciar o apetite por risco e o dólar global.
Com fundamentos climáticos favoráveis na África Ocidental, aumento do interesse em aberto e indicadores técnicos ainda sem sinal de reversão, o cacau segue vulnerável a novas quedas. A atenção do mercado se volta agora para os números de moagem e para os próximos relatórios de produção da Costa do Marfim, que podem determinar se a atual tendência de baixa se consolida ou se encontra um piso nas próximas semanas.
Fonte: mercadodocacau