A moagem de cacau na Costa do Marfim, maior produtor mundial da commodity, registrou uma queda de 14,2% em setembro de 2024, totalizando 54.984 toneladas métricas processadas no mês, de acordo com a GEPEX, associação que reúne os principais exportadores de cacau do país. Este declínio segue a tendência observada ao longo do ano, com a moagem acumulada desde o início da temporada 2023/24, em outubro do ano anterior, somando 642.515 toneladas de grãos, uma queda de 13,1% em relação ao mesmo período da temporada passada.
A GEPEX reúne seis das maiores empresas de moagem de cacau, incluindo gigantes como Barry Callebaut, Olam e Cargill, que juntas representam uma significativa fatia da capacidade de moagem da Costa do Marfim. Apesar da capacidade total de 712.000 toneladas anuais, o setor de processamento tem enfrentado desafios que limitam o aproveitamento total dessa infraestrutura.
Impactos no Mercado e Competição Global
A queda na moagem de cacau em um dos principais polos produtores mundiais pode ter consequências para o mercado global de chocolate, especialmente em um cenário onde a demanda por produtos derivados de cacau tem crescido em mercados-chave, como a Europa e a América do Norte. Com a Costa do Marfim enfrentando concorrência direta de países como a Holanda, que também se destaca como um importante centro de moagem, essa desaceleração levanta questões sobre a capacidade de atender à demanda global com custos estáveis.
Além disso, a menor moagem no país pode implicar em um aumento de exportações de cacau in natura, o que influencia os preços internacionais da amêndoa. A Costa do Marfim, com uma capacidade significativa de moagem, desempenha um papel crucial na estabilização da oferta de produtos semiacabados, como manteiga e pó de cacau, componentes essenciais para a indústria alimentícia.
Desafios e Perspectivas para o Setor
Especialistas apontam para diversos fatores que podem estar contribuindo para essa queda na moagem, como os altos custos operacionais, a variação da qualidade das safras e, possivelmente, desafios logísticos e climáticos que afetam a consistência da oferta. A expectativa agora se volta para o fechamento da temporada 2023/24, enquanto o setor se prepara para ajustes que visem uma recuperação e, eventualmente, o retorno aos níveis de produção que a tornaram líder mundial em processamento de cacau.
Com isso, a Costa do Marfim continuará no foco da indústria global, sendo observada tanto pelos produtores quanto pelos investidores, que acompanham de perto as flutuações do mercado de cacau e suas implicações para os produtos derivados do fruto.
Fonte: mercadodocacau com informações Reuters