A Iniciativa Cacau e Florestas (CFI), a maior parceria público-privada do setor de cacau, divulgou seu mais recente relatório anual, destacando avanços na rastreabilidade do cacau, conservação florestal e adaptação climática em Gana e na Costa do Marfim.
Avanços em rastreabilidade e desafios do setor
Em 2023, a CFI registrou avanços significativos nos sistemas de rastreabilidade do cacau, alcançando 83% do cacau de origem direta rastreável até o nível da parcela em Gana, e 82% na Costa do Marfim. Esses números permanecem estáveis, apesar dos desafios enfrentados, como padrões climáticos erráticos, pragas e doenças, além da mineração ilegal.
Esforços consideráveis foram feitos para aprimorar esses sistemas de rastreabilidade, visando ao cumprimento do Regulamento Livre de Desmatamento da União Europeia (EUDR) de 2025. A expectativa é que esses esforços resultem em números ainda mais altos nos próximos anos, com testes de rastreabilidade previstos para 2024-25.
Além disso, Gana publicou diretrizes nacionais para o Padrão de Cacau Sustentável, enquanto a Costa do Marfim desenvolveu um mapa de uso da terra referente a 2020, visando fortalecer a gestão sustentável do território.
Conservação de paisagens e florestas
A CFI destacou que a colaboração entre setores público e privado é essencial para a conservação de paisagens e florestas em áreas prioritárias. Tanto na Costa do Marfim quanto em Gana, os esforços são direcionados a reduzir os altos níveis de desmatamento histórico e apoiar a produção sustentável de cacau.
Na Costa do Marfim, a Floresta Classificada de Cavally teve seu status de conservação melhorado com o apoio de novos parceiros, incluindo Touton e CocoaSource, em cooperação com empresas como a Nestlé e Earthworm. Em Gana, avanços significativos foram registrados na área de Asunafo-Asutifi, onde stakeholders definiram um plano abrangente de gestão da paisagem.
Adaptação e mitigação climática
O relatório destacou também avanços na adaptação e mitigação das mudanças climáticas. A Costa do Marfim está alinhada com as políticas de carbono do Acordo de Paris, enquanto Gana recebeu um pagamento de quase US$ 5 milhões por ter reduzido suas emissões em mais de 972 mil toneladas de CO₂, através de práticas sustentáveis promovidas por comunidades agrícolas e cooperativas.
Esses resultados garantem que agricultores e comunidades liderem e possuam um papel fundamental na promoção de práticas sustentáveis. A CFI distribuiu 10 milhões de mudas de árvores multiuso para os produtores de cacau, apoiando o aumento dos estoques de carbono e da biodiversidade através da agroflorestação.
Compromissos e colaborações para o futuro
O Ministro da Água e Florestas da Costa do Marfim, Laurent Tchagba, e o Ministro de Terras e Recursos Naturais de Gana, Samuel A. Jinapor, expressaram seu compromisso em continuar colaborando para enfrentar os desafios do setor de cacau, destacando a importância do engajamento entre o setor público e privado.
Chris Vincent, presidente do World Cocoa Foundation (WCF), destacou que esses resultados são prova do poder da colaboração na promoção de mudanças sustentáveis. Com base em dados sólidos, a parceria CFI continua comprometida com a transformação do setor cacaueiro, promovendo maior transparência e responsabilidade.
Fonte: mercadodocacau com informações ghana web