Nova praga ameaça produção de cacau no Norte do Brasil e acende alerta com a proximidade da COP 30

Uma nova doença conhecida como monilíase tem causado grande preocupação entre os produtores de cacau no Norte do Brasil, especialmente no Pará, à medida que o risco de sua introdução na região aumenta com a proximidade da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP 30), que será realizada em Belém. A praga, que já devastou plantações de cacau em países como Equador e Peru, pode ser tão ou mais destrutiva que a famosa Vassoura-de-bruxa, que arrasou as lavouras de cacau na Bahia nas décadas passadas.

Os produtores temem que o aumento no fluxo de pessoas para a COP 30, que contará com delegações de países já afetados pela monilíase, possa facilitar a introdução da doença no estado do Pará, um dos principais polos de produção de cacau do Brasil. Autoridades sanitárias já estão em alerta e intensificam as medidas de prevenção para evitar que a enfermidade, altamente contagiosa, atinja as plantações locais.

A ameaça da monilíase

A monilíase é uma praga que ataca diretamente os frutos do cacaueiro, provocando a podridão e murcha dos cacaus, o que compromete a colheita e pode reduzir drasticamente a produção. Desde sua chegada à América Latina, a praga já causou prejuízos expressivos em vários países da região, incluindo Equador e Peru, onde a produção de cacau é de grande importância econômica.

No Brasil, o primeiro foco da doença foi identificado em Cruzeiro do Sul, no Acre, em julho de 2021, seguido de um segundo foco na região da Tríplice Fronteira, no Amazonas, em outubro de 2022. Embora esses dois estados não sejam grandes produtores de cacau, a proximidade com regiões de cultivo como o Pará aumenta o risco de a praga se espalhar.

Medo entre produtores e medidas preventivas

O Pará é o segundo maior produtor de cacau do Brasil, ficando atrás apenas da Bahia, e os agricultores locais estão em alerta máximo com a possibilidade de a monilíase chegar à região. Segundo relatos, muitos estão preocupados com o potencial impacto econômico que a doença pode causar, semelhante ao que ocorreu na Bahia durante a epidemia de Vassoura-de-bruxa nas décadas de 1980 e 1990, quando a produção de cacau sofreu uma queda histórica, resultando em prejuízos que levaram anos para serem recuperados.

Com a aproximação da COP 30, as autoridades estaduais e federais estão intensificando as ações de fiscalização e controle fitossanitário. Uma das principais preocupações é garantir que visitantes internacionais, principalmente os oriundos de países já afetados pela monilíase, sigam protocolos rigorosos para evitar a introdução da praga no Brasil.

Riscos e desafios futuros

O risco de disseminação da monilíase no Brasil levanta questões sobre a capacidade de resposta do país frente a uma possível epidemia, caso a praga se alastre para áreas produtoras. Especialistas alertam que, se não controlada, a monilíase pode devastar plantações inteiras, afetando não apenas o mercado interno, mas também as exportações de cacau, um dos produtos agrícolas de maior relevância para o Brasil.

Além das medidas de controle nas fronteiras e pontos de entrada no país, o governo também trabalha em campanhas de conscientização para os produtores, com o objetivo de informar sobre os primeiros sinais da doença e a importância de notificar imediatamente qualquer suspeita.

A COP 30, que tem foco em questões climáticas globais, já gerava expectativas positivas para a economia local e para a visibilidade do Pará no cenário internacional. No entanto, a possível introdução de uma praga devastadora como a monilíase coloca em evidência os desafios que o estado e o Brasil enfrentam para proteger uma das suas mais valiosas culturas agrícolas.

Enquanto as medidas preventivas são intensificadas, os produtores de cacau no Norte do país aguardam com apreensão o desenrolar dos próximos meses, temendo que a chegada da monilíase possa representar uma nova crise para o setor.

Fonte: mercadodocacau

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1 Comment

  1. Emanoel Sebastião Pompeu Pantoja disse:

    Medidas preventivas e eficazes devem ser intensificadas pelas Agências de defesa de todos os estados brasileiros, intensificando a fiscalização nos principais pontos de entradas em nosso país.

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