O futuro do cacau está na América Latina, diz relatório

A organização Hardman Agribusiness afirmou em relatório que a demanda futura de cacau vai ser preenchida pelo setor profissional na América Latina.
De acordo com o relatório, a demanda mundial de cacau deverá crescer. Hardman Agronegócio diz que se o consumo de cacau na China e Índia – que hoje consome 52 g e 36 g per capita por ano – atingir os níveis da Malásia (cerca de 500 g), o setor do cacau precisará de um adicional do produto equivalente a produção da Costa do Marfim. E, para isso, segundo a publicação, a América Latina está mais bem colocada para atender a demanda futura.

De 2000 a 2012 a produção de cacau da África cresceu menos de 7%, apesar do crescimento de 25% de áreas cultivadas, diz o relatório do Hardman. Durante o mesmo período, os sete principais países produtores da América em conjunto cresceu a produção de cacau em 73%, apesar de ter registrado apenas um aumento de 3% em áreas cultivadas.

Equador: Centro da revolução de cacau
Doug Hardman, autor do relatório e chefe da prática agrícola em Hardman, destacou o Equador. “Eles serão o epicentro da revolução do cacau”, disse em entrevista.
O Equador – que superou o Brasil como maior produtor de cacau das Américas – foi pioneiro no setor de cacau com alta tecnologia, afirma o relatório.
Plantações em larga escala no país têm adotado sistemas inteligentes de irrigação e são destinados para rendimentos iguais ou superiores a duas toneladas de amêndoas por hectare – quase o triplo dos rendimentos já alcançados na África (0,4 – 0,5 toneladas), diz.

O relatório acrescenta que as plantações profissionais, o poio do governo altamente experiente com herança das conquistas espanholas de cacau, tem contribuído para o crescimento.

Líder em cacau Premium
O país já é líder na produção de cacau fino, conhecido como Premium, no mercado global de chocolate. As vendas de chocolate escuro (com alto teor de cacau) cresceram 31% globalmente desde 2008, atingindo US$ 4,9 bilhões em 2013, liderado pelo mercado europeu, de acordo com a Euromonitor Internacional.

Hawkins diz que as empresas de chocolate devem de preparar para pagar mais pelas amêndoas de cacau de qualidade da América Latina, mas acrescentas que muitas empresas estão dispostas a pagar por esse prêmio. “As marcas estão desesperadamente preocupadas com a segurança do abastecimento”, disse ele.

Extinção na Colômbia
Hawkins acrescenta: “Não há mais entusiasmos sobre os investimentos na Colômbia”, após as negociações de paz com o grupo guerrilheiro FARC.
O grupo da agricultura andina Cacao adquiriu terras no país para um projeto de 5.000 hectares, mas começou a desenvolver apenas 550 hectares.

Setor do cacau ultrapassado, sustentável?
O otimismo da América Latina vem em meio a século de progresso limitado na produção mundial de cacau, diz. “Somente neste século nós plantamos mais de 2,4 milhões de hectares de cacau e o rendimento ainda é de cerca de 0,10 t por hectare”.

O relatório diz que isto contrasta com os rendimentos da palma de óleo que têm crescido globalmente em 33% nos primeiros 13 anos deste século.
Ele diz que a produção de cacau é “qualquer coisa, mas sustentável” e argumenta que os programas de cacau da África têm feito pouco para acabar com um “panorama sombrio” para a indústria de cacau da África Ocidental.
O relatório ainda diz que a África tem impedido o setor de cacau de profissionalizar, por conta de um sistema de terras que impede de pequenos proprietários possuírem novos títulos.

A idade média dos produtores de cacau também está acima ou próximo da expectativa de vida nos principais países produtores. Por exemplo, a idade média de um produtor de cacau da Costa do Marfim é 51, enquanto a expectativa de vida é em média 50,4 anos. Informações: Confectionery 

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *