Por Dilson Araujo – 10 de dezembro 2020

O TRIÂNGULO VIRTUOSO DO CACAU é um arranjo formado por três ações essenciais, cujo objetivo prático é criar um ambiente favorável para consolidar as bases para a restauração econômica, social e ambiental da Região Cacaueira do Sul da Bahia, que há mais de trinta anos vive uma grave crise gerada pela introdução criminosa da vassoura-de-bruxa e que ainda foi potencializada pelo fracasso de uma desastrosa intervenção governamental.

Porém, tendo em vista as relações de interdependência entre as três ações que formam o triângulo virtuoso, obrigatoriamente, elas devem ser dimensionadas de acordo com as especificidades do caso e aplicadas de forma integrada, coordenada e sincronizadas, pois o resultado de cada ação terá influência nos resultados das demais. Este é o «pacote mínimo».

Entretanto, o pleno funcionamento deste mecanismo ainda depende da adequação da legislação ambiental estadual e seus regulamentos e portarias pertinentes, para que os produtores possam empregar as técnicas adequadas ao manejo do sistema cacau-cabruca, que representa 60% de todo o sistema produtivo.

Assim, qualquer intervenção governamental menor que isso será apenas um paliativo, principalmente para aqueles que vivem exclusivamente da lavoura, uma vez que, sem a recuperação do sistema produtivo, não haverá crédito e nem qualquer possibilidade de honrar uma eventual repactuação da dívida, pois o cara que abre as portas do banco e que paga a fatura ainda é o cacau.

CABRUCA é um sistema de produção de cacau característico do sul da Bahia, onde o cultivo é feito sob remanescentes da Mata Atlântica, contribuindo com a preservação da fauna e da flora e com a proteção das nascentes. A sua inviabilidade significa o comprometimento da produção e trará sérios riscos ao meio ambiente, pois será um incentivo ao desmatamento e ao comércio ilegais de madeira.

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