ONU debate soluções para os impactos da crise climática no mercado de commodities

A intensificação da crise climática tem deixado marcas profundas nos mercados de commodities, desestabilizando a oferta, interrompendo a produção e aumentando a volatilidade dos preços. Em resposta, a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) realiza o Fórum Global de Commodities 2024, em Genebra, com o objetivo de discutir soluções que ajudem a remodelar esse setor crucial.

O impacto climático no mercado global

O preço do cacau ilustra os desafios enfrentados: entre julho de 2022 e fevereiro de 2024, subiu 148%.  A causa principal foram pragas associadas às mudanças climáticas que devastaram plantações na África Ocidental, uma das maiores regiões produtoras do mundo.

Outras commodities também estão sofrendo. A escassez de água, agravada pelo aquecimento global, ameaça a produção de minerais, elevando custos e intensificando disputas por recursos limitados. Além disso, a transição energética para limitar o aquecimento global a 2ºC exigirá que um terço das reservas de petróleo, metade do gás natural e 80% do carvão sejam deixados intocados. Para nações dependentes desses ativos, isso representa desafios econômicos e sociais significativos.

Três pilares de transformação

O Fórum foca em três áreas de transformação para enfrentar esses desafios e criar novas oportunidades:

  1. Transição energética e minerais críticos
    A demanda por minerais como lítio, essencial para baterias de veículos elétricos, deve triplicar até 2030 e quadruplicar até 2040. Países ricos nesses recursos têm a chance de impulsionar o desenvolvimento sustentável, mas devem equilibrar exploração e proteção ambiental.
  2. Agricultura sustentável
    O setor agrícola, responsável por 68% do desmatamento global entre 2000 e 2018 devido à produção de pequena escala, precisa adotar práticas mais alinhadas às metas climáticas. Promover uma agricultura resiliente ao clima é crucial para garantir segurança alimentar e crescimento econômico.
  3. Inovação em fibras naturais
    A substituição de plásticos sintéticos por fibras naturais, como algodão, bambu e cânhamo, representa uma alternativa sustentável com grande potencial econômico. O mercado desses substitutos não plásticos já crescia 30% mais rápido que o dos plásticos em 2022, com exportações avaliadas em US$ 831 bilhões.

Cooperação global e próximos passos

O Fórum reúne representantes de governos, organismos internacionais, setor privado e especialistas para promover um diálogo aberto e soluções colaborativas. Entre os temas centrais estão a criação de cadeias de valor resilientes, investimentos em inovação sustentável e o apoio a países em desenvolvimento dependentes de commodities.

A Unctad destaca que, para enfrentar a crise climática, é fundamental integrar esforços econômicos, sociais e ambientais. A colaboração global pode transformar os desafios climáticos em oportunidades para construir um futuro mais justo, resiliente e sustentável.

Fonte: mercadodocacau

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