Por: Claudemir Zafalon
Na sessão de ontem, 27 de maio de 2025, o contrato de cacau para julho voltou a sofrer pressão, encerrando em US$ 9.739/tonelada, com queda de US$ 25 em relação ao fechamento anterior. Durante o pregão, o preço oscilou entre a mínima de US$ 9.700 e a máxima de US$ 10.163, com um total de 8.154 contratos negociados e volume de 27.354 toneladas contratadas. O interesse em aberto permaneceu praticamente estável, em 101.659 contratos, sinalizando lentidão na formação de novas posições no mercado futuro.
As expectativas de chuvas seguem influenciando o mercado, meteorologistas projetam chuvas moderadas para as principais áreas produtoras de cacau na África Ocidental ao longo desta semana, cenário que tende a reforçar a pressão baixista sobre as cotações. Tecnicamente, o mercado mostra viés negativo, com os próximos níveis de suporte localizados entre US$ 9.200 e US$ 9.000/tonelada para o vencimento de julho, abaixo da marca psicológica de US$ 9.500.
Nos estoques certificados nos portos dos EUA, monitorados pela ICE, há atualmente 2.187.574 sacas registradas, nível que se mantém elevado e contribui para a percepção de oferta confortável no curto prazo. Paralelamente, o contrato do Real ante o Dólar fechou estável em R$ 5,655, sem grandes distúrbios cambiais que pudessem amenizar a pressão de oferta dos exportadores brasileiros.
Em suma, a combinação de previsões de chuvas na África Ocidental, posicionamento técnico desfavorável e estoques elevados nos portos norte-americanos mantém o mercado de cacau sob viés de baixa. A sustentação dos preços dependerá de eventuais mudanças nas condições climáticas na África ou de oscilações relevantes no câmbio, capazes de alterar a atratividade das exportações brasileiras.
Fonte: mercadodocacau