Organização Internacional do Cacau indicou que a estiagem em regiões produtoras, provocada pelo El Niño, é o principal fator para a nova previsão.
A organização Internacional do Cacau (ICCO, na sigla em inglês) revisou para cima sua projeção de déficit na safra global 2015/2016, de 113 mil toneladas em fevereiro para 180 mil toneladas agora, ante superávit de 46 mil toneladas em 2014/2015. Em relação à produção, a estimativa, é de que haja uma queda de 4,9% na temporada, para 4,039 milhões de toneladas. Os dados foram divulgados esta semana, pela entidade.
A estiagem em regiões produtoras provocada pelo El Niño, foi apontada como o principal fator para a nova previsão, que veio em linha com o esperado pela indústria e analistas. Os números variavam de um déficit de 160 mil toneladas, conforme esperado pela Cargill, até um de 308 mil toneladas, segundo o trading Olam International. “Condições climáticas extremas na África Ocidental, com fortes ventos Harmattan, somadas ao impacto do El Niño, causaram prejuízos à safra 2015/2016”, avaliou a ICCO.
A organização estima que o processamento de cacau, dado amplamente considerado como indicador da demanda por chocolate, deverá avançar 0,8% na temporada, número inferior à estimativa de avanço de 1,93% apresentada em fevereiro.
Por regiões produtora, a ICCO projetou uma produção 8% menor na Costa do Marfim, para 1,65 milhão de toneladas. O país é considerado o maior produtor mundial, respondendo por 41% de toda a oferta da amêndoa.
Já em Gana, segundo principal produtor, a produção deve crescer 8%, para 800 mil toneladas, abaixo das 850 mil toneladas previstas por autoridades locais. “Embora o clima adverso tenha reduzido significativamente o potencial de produção, relatórios indicam que a distribuição de sementes, fertilizantes e pesticidas está ocorrendo normalmente, contribuindo para a recuperação da safra no país”, destacou a ICCO.
O clima também prejudicou a safra de Nigéria, camarões e Indonésia, que deve produzir 350 mil toneladas da amêndoa. Na América do Sul, o Brasil deve ter uma produção 22% menor, com 180 mil toneladas. A colheita também deve cair na Republica Dominicana, crescer marginalmente na Colômbia e no México e se manter estável no Peru e na Venezuela. Fonte: Estadão Conteúdo