Produção de cacau no Brasil caiu 34% em 2 anos

Por conta da produção interna de cacau ainda abaixo da quantidade satisfatória para atender à demanda da indústria processadora nacional, a importação da amêndoa se mantém como medida necessária. Com uma redução de 77 mil toneladas (34%) em relação a 2015, o Brasil, que já foi o 3º maior produtor mundial da fruta, atualmente está em 6º lugar no ranking.
Os últimos anos foram marcados por acentuadas quedas na colheita nacional, em especial no principal estado produtor da fruta, a Bahia. O grande motivo tem sido a crise hídrica que vem assolando as lavouras brasileiras.
O insumo tem sido insuficiente para abastecer a indústria, cuja capacidade de moagem, atualmente, está em 275 mil toneladas. Com o atraso da safra temporã no primeiro trimestre deste ano, o setor prevê para 2017 o mesmo cenário de necessidade de importação do ano anterior, quando a indústria precisou importar 57,5 mil toneladas de cacau de Gana.
Mas a expectativa é de que, dentro dos próximos 10 anos, o Brasil retome sua posição entre os 3 maiores produtores mundiais.
“Temos trabalhado para isso, buscando sempre, de alguma forma, apoiar a produção nacional, atuando conjuntamente com os produtores em pautas que busquem melhorias para o cultivo. As lavouras do Pará vêm crescendo a cada ano, e na Bahia esperamos uma recuperação da safra, devido a melhoria das condições climáticas este ano. Devemos ter uma safra de 170 mil toneladas, bem melhor que a de 1026, que foi da ordem de 150 mil”, mas ainda insuficiente para atender a demanda de moagem nacional, revela o diretor executivo da AIPC, Eduardo Bastos.
Entretanto, enquanto as lavouras brasileiras não retomam a produtividade suficiente para o abastecimento interno das indústrias, o setor conta com a importação do inumo que tem vindo, unicamente, de Gana, um dos maiores produtores mundiais.
O setor espera também que o governo brasileiro volte a permitir a importação do cacau da Costa do Marfim, origem autorizada de 2001, já que todas as medidas de segurança sanitária exigidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) são praticadas regularmente nos processos de importação.
Embora a AIPC reconheça a necessidade de importação do cacau para complementar o abastecimento da indústria, a entidade salienta que esta não é a situação ideal, pois a medida eleva custos, além de ser um processo muito burocrático.
“A importação é sempre desvantajosa, mas tem sido a única maneira de cobrir a instabilidade da produção nas últimas décadas”, diz Eduardo Bastos e explica que, sem a importação, a industria já teria reduzido ainda mais suas atividades no país trazendo enormes prejuízos não só ao setor, mas também aos produtores.
A presença da indústria de moagem interna é que garante a liquidez do cacau e preços, em geral, mais interessantes do que os praticados na Bolsa de Nova York.
Fonte: Canal Rural

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