Produtores da Costa do Marfim enfrentam preocupações com o impacto do vento Harmattan na safra de cacau

Agricultores de diversas regiões da Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, estão em alerta devido ao impacto do vento Harmattan. Esse vento sazonal, que sopra do deserto do Saara entre dezembro e março, é conhecido por secar o solo e prejudicar o desenvolvimento das vagens de cacau, ameaçando a produtividade das lavouras.

Nas últimas semanas, o Harmattan foi intensificado em várias áreas produtoras, enquanto as chuvas permanecem abaixo da média. Essa combinação agrava os desafios enfrentados pelos agricultores, especialmente em um momento crítico para a formação das vagens.

Estação Seca e Colheita em Risco

A Costa do Marfim está em sua estação seca, que geralmente vai de meados de novembro até março, quando as chuvas são naturalmente escassas. Apesar disso, agricultores afirmaram que ainda há vagens suficientes nos cacaueiros para manter a colheita até o final de janeiro. Contudo, a partir daí, sem chuvas adequadas, as perspectivas de produção poderão cair drasticamente.

Regiões como Daloa, Yamoussoukro e Bongouanou já reportaram chuvas muito abaixo da média histórica. Em Daloa, por exemplo, o acumulado semanal foi de apenas 3,7 milímetros, um dos níveis mais baixos dos últimos seis anos. Agricultores temem que, se o Harmattan permanecer forte nas próximas semanas e as chuvas não retornarem, os cacaueiros possam começar a secar, comprometendo a safra e reduzindo a oferta de cacau.

Pressão no Mercado de Cacau

Os produtores relataram que compradores estão intensificando as aquisições de grãos para cumprir contratos até o final do ano. Como resultado, os preços pagos aos agricultores estão subindo, com ofertas em torno de 1.800 francos CFA (US$ 2,88) por quilo.

Regiões com Melhor Perspectiva

Apesar das dificuldades, algumas áreas apresentam condições mais favoráveis. Em Soubre e Divo, por exemplo, as chuvas ficaram acima da média recente, proporcionando esperança para uma recuperação parcial da produção. “Já choveu o suficiente para ajudar as árvores a produzir cacau a partir de fevereiro”, afirmou Roger Koffi, agricultor de Abenougou. Ele relatou que o acumulado de chuvas em sua região foi 23,2 milímetros acima da média dos últimos anos, melhorando as perspectivas locais.

Perspectivas para o Setor

Com a safra ameaçada pelo clima severo e pela força do vento Harmattan, os olhos do mercado global de cacau estão voltados para a Costa do Marfim. A continuidade de condições adversas poderá impactar ainda mais os preços internacionais, que já enfrentam volatilidade e máximas históricas devido à oferta restrita.

Os produtores, por sua vez, aguardam ansiosamente por chuvas consistentes para garantir a saúde das lavouras e uma colheita mais equilibrada nos próximos meses.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

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1 Comment

  1. Era peculiar que o alimento dos deuses estivesse sendo consumido pela plebe rude tão facilmente e por tanto tempo.
    Certamente os deuses deveriam estar bastante desagradados.
    Antes só consumido em rituais sagrados, agora, feito bala doce, frequenta botecos e bocas, além de ser profanado por toda sorte de misturas e recheios.
    Não tardaria o castigo.

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