Produtores de cacau da Costa do Marfim, maior fornecedor global da amêndoa, expressaram otimismo com relação à próxima safra principal 2025/26, impulsionados por uma floração robusta das árvores, mesmo com chuvas abaixo da média em várias regiões produtoras na última semana.

A atual estação chuvosa, que se estende de abril a meados de novembro, normalmente garante volumes elevados de precipitação para favorecer o desenvolvimento das plantações. No entanto, nas últimas semanas, algumas áreas estratégicas do cinturão cacaueiro marfinense registraram índices pluviométricos inferiores à média dos últimos cinco anos. Ainda assim, a umidade do solo foi suficiente para manter condições propícias ao florescimento, especialmente nos principais polos de cultivo.

“A floração nas árvores começou bem… Se esse ritmo continuar, teremos muito cacau nesta temporada”, afirmou Kouassi Kouame, produtor na região oeste de Soubre, onde as chuvas atingiram 71,6 mm — 22,4 mm acima da média. A expectativa é de que a atual floração culmine em uma safra principal sólida, cuja colheita se estende de outubro a março.

Em outras regiões, como Divo (sul), Agboville (sudeste) e Abengourou (leste), mesmo com índices pluviométricos inferiores ao normal, os produtores confirmaram que o clima está favorecendo a floração intensa das árvores. “A combinação de calor moderado e umidade no solo está sendo ideal”, relataram agricultores locais.

Na região central de Daloa, um dos principais centros de comercialização do país, os agricultores observam que a continuidade de dias ensolarados combinados com chuvas regulares ao longo de julho será determinante tanto para o início quanto para o volume da próxima colheita. “Se tivermos muito sol em julho, juntamente com boas chuvas, a safra principal começará cedo”, projetou Albert N’Zue, produtor local. Em Daloa, a precipitação da última semana foi de apenas 15,3 mm, 13,2 mm abaixo da média histórica.

Além disso, os produtores estão confiantes quanto ao encerramento da safra intermediária (abril a setembro), graças à presença de vagens maduras que deverão ser colhidas em meados de agosto, garantindo um fechamento positivo para o ciclo atual.

As temperaturas médias na semana passada oscilaram entre 24,8°C e 28,7°C — níveis considerados ideais para o desenvolvimento das flores e das primeiras vagens (cherelles). O comportamento climático nas próximas semanas será fundamental para confirmar o bom início da nova temporada.

O otimismo dos produtores contrasta com os temores globais sobre a continuidade da escassez de cacau no mercado internacional. Se as boas condições climáticas se mantiverem, a safra principal da Costa do Marfim poderá trazer algum alívio às pressões sobre a oferta global.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters