Projeto integra produção de cacau com criação de pirarucu, em RO

São 500 pés da fruta irrigados com 4 mil litros de água dos tanques.

Uma produção  pioneira tem mostrado um novo modo de produção de cacau, em Ouro Preto do Oeste (RO), cidade distante cerca de 340 quilômetros da capital Porto Velho. O "Piracau" é uma produção integrada de pirarucus e cacau, em um sistema agroflorestal. O grande diferencial é a utilização da água do tanque dos peixes como a fonte diária de proteína e adubação para as árvores.

"A ração é rica em proteínas e, consequentemente, os dejetos dos peixes tornam a água muito rica em nutrientes", explica o empresário Antonio Euzeminio de Almeida. O tanque de lona comporta 20 mil litros de água e hoje tem 16 pirarucus, com cerca de 13 quilos cada. Cerca de quatro mil litros de água, que vêm direto de uma nascente, passam diariamente pelo tanque. De lá, a água é bombeada até a plantação.

Seis toneladas de composto orgânico foram utlizadas em um hectare do projeto, para plantar 500 mudas. Desse total, 300 eram clones e 200 sementes. Há pouco menos de um ano e meio, as mudas já começam a produzir seus primeiros frutos e se mostram resistentes a doenças comuns a esse tipo de produção, como por exemplo, a vassoura de bruxa.

De acordo com Euzeminio, o investimento gira em torno de R$10 mil. Para o empresário, o valor é equivalente ao necessário para outros métodos, mais tradicionais e menos ecológicos.

Além dos pés de cacau, outras plantações também estão recebendo da mesma água.  "A ideia não é ter um plantio específico de apenas uma coisa em uma área. A ideia do Piracau é a parceria, onde tem tudo no mesmo local e cada ser ajuda o outro, seja com sombra, nutrientes, fertilização", explica o proprietário.

Sustentabilidade

O projeto acontece em parceria com a Cooperativa de Produtores Rurais do Desenvolvimento Sustentável (Coopervida) e a Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac). A ideia  surgiu há três anos, durante um encontro ecológico com estudantes.

Por ser um projeto agroecológico, não há queima no processo de limpeza, nem utilização de qualquer tipo de veneno. Contra os insetos utilizam-se repelentes naturais.

A Coopervida foi a responsável pela preparação do solo, com adubo orgânico. Tiago de Carvalho, presidente da cooperativa, que explora todas as formas de trabalho para integrar a agroecologia, agricultura orgânica e desenvolvimento sustentável. "Uma vez que a população visa qualidade de vida, é possível produzir agroecologicamente,  com qualidade e levar às mesas das família alimentos com o mínimo de agrotóxicos ou sem agrotóxicos", afirma.

O chefe do Centro de Extensão (Cenex) da Ceplac, Alberto Quintans, afirma que as mudas de plantas clonadas de grande produção foram plantadas no início de 2014. "Essa integração entre cacau e pirarucu acontece com mudas desenvolvidas em Rondônia. Aqui também utilizamos como um jardim clonal para, em um futuro próximo, propagar e distribuir para a sociedade", afirma. Fonte: G1

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