Por: Claudemir Zafalon
Neste dia que antecede o Natal, o mercado de cacau vive um momento de liquidação de posições compradas e realização de lucros, resultando em grandes oscilações de preços com pouco volume de contratos. O interesse em aberto tem caído diariamente, sinalizando uma retração dos investidores e aumentando a volatilidade no setor.
Enquanto isso, na Costa do Marfim, maior produtor mundial de cacau, os agricultores enfrentam desafios climáticos severos. O vento Harmattan, típico da estação, sopra forte desde a semana passada, levantando preocupações sobre seu impacto na produção. Este vento seco e quente, proveniente do deserto do Saara, combinado com chuvas abaixo da média em algumas regiões, ameaça secar o solo e danificar as vagens do cacau.
Regiões Afetadas e Expectativas
Nas regiões de Daloa, Yamoussoukro e Bongouanou, a ausência de chuvas e a força do vento têm causado apreensão entre os agricultores. Se o clima continuar seco nas próximas semanas, os cacaueiros podem sofrer um enfraquecimento significativo, comprometendo a colheita após janeiro.
Por outro lado, em regiões como Abengourou, onde choveu 30,1 mm na última semana (23,2 mm acima da média de cinco anos), as condições são favoráveis. Agricultores como Roger Koffi esperam que essas chuvas sustentem a produção a partir de fevereiro, mesmo com a influência do Harmattan.
Mercado em Movimento
A procura por grãos de cacau também aquece o mercado local. Para atender aos contratos antes do final do ano, compradores têm oferecido preços acima do mínimo estabelecido de 1.800 francos CFA (cerca de 2,88 dólares por kg), trazendo alívio para alguns produtores.
O Futuro da Safra
Com temperaturas médias entre 24,2 e 28,3 graus Celsius na última semana, a situação climática segue diversa e imprevisível. Enquanto regiões como Soubre e Divo ainda aguardam melhores condições de chuva, outras se beneficiam de precipitações acima da média.
O equilíbrio entre as condições climáticas e o mercado será crucial para determinar o desempenho da safra de cacau nos próximos meses, com impactos significativos no abastecimento global e nos preços futuros.
Fonte: mercadodocacau