Retrospectiva coloca a cacauicultura 2014 em foco

Com o objetivo de discutir o cenário da cacauicultura em 2014, como preço, safra, tecnologia, além das perspectivas para o ano de 2015, o Mercado do Cacau reuniu para um bate papo Adilson Reis, que é analista de mercado; Adonias de Castro, chefe do Centro de Pesquisa da Ceplac; e Guilherme Moura, presidente da Câmara Setorial Nacional do Cacau e produtor. Os principais pontos do bate papo você confere abaixo ou pode assistir o vídeo na íntegra clicando aqui.

Safra

Segundo Adonias de Castro, a safra do exercício 2014/2015 fecha com um aumento em relação à safra do ano anterior. “Nós vamos ter esse ano uma safra de 148 mil toneladas. Um detalhe é que depois do advento da vassoura-de-bruxa, a região tem mostrado há alguns anos que o temporão tem sido maior do que a safra principal e este ano de uma safra de 148 mil toneladas, nós tivemos 91 mil toneladas no período do temporão e 57 mil no período da safra principal”, revela.

Mesmo com o número absoluto mostrando que esta será uma safra maior, Guilherme Moura acredita que 2014 foi um ano relativamente complicado por dois fatores principais: o temporão que começou tarde e o excesso de chuvas no ano de 2013, o que ocasionou o término antecipado da safra principal e aumentou a incidência de pragas.

 

Tecnologia

O ano de 2014 se iniciou com uma certa pressão psicológica da cochonilha rosada, conforme afirma Adonias Castro. No entanto, articulações da Ceplac órgãos de defesa vegetal e trabalhos de pesquisa realizados pela instituição permitiram que o ano pudesse ser finalizado com menos apreensão. Adonias destaca que a Ceplac está avançando em termos de tecnologia, não apenas em relação à cochonilha rosada, mas também outras pragas.

Para Guilherme Moura, a cacauicultura tem três grandes desafios: Defesa sanitária, formação de mercado e a melhoria da competividade. “A gente está num momento que não nos permite a entrada de nenhum outro agente que possa prejudicar a produção em grande escala, porque está se iniciando uma fase de retomada. Também não podemos desestruturar o mercado, mas o que eu acho que devemos buscar de mais importante é a melhoria da competitividade. Esse é o grande desafio da cacauicultura e deixou de ser um discurso da região”.

 

Preços

No início de 2013 o preço do cacau estava em torno de R$ 57,00 a arroba e era discutido um preço mínimo que girava em torno de R$ 75,00. O ano de 2014, mesmo com todas as variações, terminou com o preço girando em torno de R$ 105,00 a R$ 120,00. Para Guilherme Moura, mesmo com o aumento nos preços, o produtor ainda não consegue sentir realmente esta melhora. “A situação que vivemos hoje é muito diferente da que vivemos em 2012 e 2013, mas o produtor ainda não sente dentro da sua realidade essa mudança, porque desde 2010 tivemos preços muito baixos e o produtor veio de um processo de descapitalização”. 

 

Guilherme ainda afirma que a cacauicultura vive uma nova realidade e que 2015 tem tudo para ser um ano de recuperação. “Acredito que o produtor já vai começar a sentir uma folga maior. A mensagem que eu deixo é que o futuro não vai chegar, ele já chegou. Já vivemos uma realidade completamente diferente de um ou dois anos atrás e o produtor precisa se conscientizar disso. Ele precisa arregaçar as mangas, trabalhar, se dedicar e dizer exatamente o que ele quer. As instituições estão aí para serem pautadas e o primeiro passo é a região criar esse discurso e essa pauta para ser apresentada. Eu acho que a pauta passa pela melhoria da competividade, pela defesa sanitária e pela formação do mercado interno”. 

 

A dívida

Segundo Guilherme, não dá para pensar em melhoria de competividade sem o uso intensivo de capital, sem recurso, e é aí que entra a questão do endividamento. Para ele, essa questão tem que entrar num contexto de melhoria da competividade. “O endividamento pelo endividamento muitas vezes vira um discurso anacrônico. Fica parecendo que é o produtor que não quer pagar sua dívida e não é isso. O produtor quer voltar a produzir cacau bem e para isso ele precisa de recursos para implementar a tecnologia. Então o que nós precisamos é criar esse discurso, apresentar e cobrar”. Fonte: Mercado do Cacau

 

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