Ribeirinha produz chocolate na Amazônia e conquista paladares pelo mundo

Na Ilha do Combu, região das ilhas em frente a Belém, as comunidades ribeirinhas costumam viver da extração do açaí. Mas o cacau é o outro “ouro negro” para Izete dos Santos Costa, de 53 anos. Conhecida como Dona Nena, a ribeirinha inspirou-se na tradição da família para criar seu próprio chocolate de forma artesanal. Atualmente, ela vende o produto para turistas de diversos países e fornece o material para chefs renomados do país.
“Hoje sou uma pequena empresária, mas pra mim não caiu ficha, me vejo muito mais como produtora”, conta Nena, que em 2006 começou o negócio de venda de chocolate e em 2013 abriu sua empresa de produtos orgânicos, que administra e comanda oito funcionários. Com uma trilha que mostra todo o processo de extração do cacau e a produção do chocolate artesanal, o lugar tornou-se referência em turismo ecológico e gastronômico em Belém.
Dona Nena é pioneira na produção de chocolates orgânicos de alta qualidade na ilha, e passou a fornecer o produto para os renomados restaurantes Remanso do Bosque (Belém), do chef Thiago castanho, e D.O.M (São Paulo), de Alex Atala, ambos nas listas dos melhores restaurantes da América Latina.
Mãe de duas filhas, antes de se tornar uma empreenderora ela teve vários empregos para sustentar a família. “Fui faxineira, babá, operária, vendedora, de tudo fiz um pouco”, afirma Nena. O primeiro contato com o empreendedorismo foi no grupo “Filhos do Combu”, um trabalho com os moradores da ilha, banhada pelo rio Guamá, que fica a poucos minutos de barco da cidade.
“Escolhemos trabalhar com biojóias, só que o grupo era grande e não deu certo. Uma vez fomos convidados para vender na feira da Batista Campos e não conseguimos vender nada, mas naquele dia eu percebi que não tinha ninguém vendendo chocolate caseiro e resolvi comercializar”, explica a pequena empresária.
A receita de família que utiliza a semente do cacau produzido na ilha foi um grande sucesso no mercado. “Levei o chocolate e as pessoas gostaram! Depois eu quis refinar meu chocolate para fazer bombons. Antes comprava cobertura industrializada, agora a gente faz tudo. Nós procuramos o chef de cozinha Thiago Castanho para nos ajudar, ele foi lá e se apaixonou pelo nosso chocolate. Estávamos com um produto diferente e ele se tornou nosso parceiro”, conta Nena, que no início fazia toda a produção na cozinha de casa.
“Era só eu e meu sogro. Foi crescendo e começou a envolver toda a família. Antes a gente fazia no máximo 3,5 kg por semana, hoje fazemos 70kg por mês, até quantidade maior. Temos barra de cacau, cacau em pó, derivados como brigadeiros de pote, bolo, brownie”, detalha a pequena empresária sobre a variedade de produtos.
O chocolate da Nena se tornou tão famoso que é parada obrigatória das pessoas que visitam a ilha em busca de diversão e aventura.
Fonte: Amazônia Org

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