A programação reúne representantes do governo estadual, Assembleia Legislativa, instituições de ensino e pesquisa e produtores de cacau
Cerca de 6 mil produtores de cacau foram atendidos nos últimos quatro anos pelo Fundo de Apoio ao Desenvolvimento da Cacauicultura do Estado do Pará (Funcacau) com o repasse de mais de 13,4 milhões de sementes híbridas do fruto. O avanço foi destacado na tarde desta quarta-feira (13) no seminário “Desafios e oportunidades para o fortalecimento da agricultura familiar”, em Altamira, município da Região de Integração Xingu, no oeste paraense.
O seminário, que será encerrado nesta quinta-feira (14), é realizado pela Fundação Viver, Produzir e Preservar (FVPP), sediado em Altamira, e conta com a participação de representantes do governo do Estado e produtores de Altamira e municípios próximos. A programação reuniu também representantes da Assembleia Legislativa, de instituições de ensino e pesquisas, e agricultores locais.
O Funcacau é coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap). Único estado a contar com um fundo voltado especificamente ao estímulo da cultura cacaueira, o Pará é modelo para outros estados que também produzem o fruto, como a Bahia.
Sustentabilidade – A Sedap foi representada durante a programação pelo engenheiro agrônomo Ivaldo Santana, coordenador do Programa de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva da Cacauicultura (Procacau). Ele participou da mesa-redonda que abordou a promoção de uma agricultura familiar sustentável e inclusiva, fomento, crédito e Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural). O evento contou, também, com a participação do diretor de Organização Produtiva e Comunidades Tradicionais da Seaf (Secretaria de Estado da Agricultura Familiar), Anderson Serra.
O seminário visa promover o debate sobre o impacto das políticas públicas na promoção de uma produção agrícola de base sustentável, considerando as oportunidades e os desafios em um cenário de emergência climática na Amazônia e no restante do planeta.
Além da Sedap e Seaf, têm representantes no evento a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará), Emater (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural) e Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas).
Incremento – O coordenador do Procacau fez um panorama dos avanços do Funcacau desde sua criação, em 2009, informando que a primeira fábrica de chocolate da Amazônia, a Cacauway, foi instalada com o incentivo e apoio do Fundo, abrindo as portas para a instalação de outras fábricas nesse segmento no Estado.
Segundo Ivaldo Santana, uma das ações com apoio do Funcacau é o incremento à produção e distribuição de sementes híbridas de cacau com o implemento de ações de logística, infraestrutura e manutenção nos tratos culturais para a efetiva distribuição de sementes. Ele disse ainda que foram produzidas cerca de 14 milhões de sementes, atendendo a 5.587 produtores de 69 municípios.
Tão importante quanto a distribuição de sementes, reforçou Ivaldo Santana, é a distribuição de mudas de bananeiras para sombreamento e geração de renda complementar em lavouras cacaueiras do Estado. De 2011 a 2023, detalhou o coordenador, foram repassadas 1.318.696 mudas de bananeiras pela Sedap. “Elas vêm livres de agrotóxicos, e são produzidas no Estado da Bahia”, acrescentou Ivaldo Santana.
Para o mundo – Também foi destacada pelo engenheiro agrônomo a internacionalização de amêndoas de cacau, com apoio aos produtores para participação em eventos internacionais, como o Salão do Chocolate de Paris, na França, um dos mais importantes do mundo. “O objetivo é o fortalecimento mercadológico do cacau de origem do Pará, e derivados no contexto local, nacional e internacional”, frisou.
As etapas do programa compreendem, como explicou Ivaldo Santana, a identificação do perfil sensorial das amêndoas (mapa sensorial) e o incentivo à produção de amêndoas de qualidade. “O reconhecimento internacional veio da participação em eventos nacionais e internacionais, incluindo rodada de negócios”, disse Ivaldo Santana.
Monilíase – Também foram apresentadas informações gerais sobre Monilíase, doença que acomete o cacaueiro, e que já chegou ao Estado do Amazonas. Ivaldo Santana falou ainda sobre o trabalho de capacitação que a Sedap e instituições parceiras vêm realizando para prevenir e combater a doença.
“O Conselho do Funcacau ajudou no controle da Monilíase no Acre. Essa ação é importante para o nosso Estado. Quanto mais tempo pudermos manter ela fora do Estado, melhor”, assegurou Ivaldo Santana, acrescentando que a Adepará é o órgão que vem atuando na fiscalização nas divisas do Amazonas.
A verticalização do cacau também foi abordada pelo coordenador do Procacau, que citou a instalação de cinco escolas-indústrias de chocolate nos municípios de Igarapé-Miri, Tomé-Açu, Castanhal, Altamira e Medicilândia, além de um ônibus onde funciona a Escola de Indústria Móvel.
Fonte: agenciapara