O Grupo Somos Todos Cacau elaborou e divulgou manifesto sobre o que consideram o “rebaixamento” da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira – Ceplac. Para o Grupo, a decisão pegou a todos de surpresa e não levou em consideração a opinião dos interessados no setor: “O que também nos surpreende é a total ausência na discussão dos representantes eleitos e o desprestígio político dos partidos que formam a base de sustentação do governo federal, que não foram capazes de reverter a ameaça, se é que tentaram. Aliás, isso nem deveria mais nos surpreender, afinal o histórico de omissão e passividade deles não nos deixa crer no que dizem”, diz parte do documento.
Veja abaixo texto completo:
Ceplac foi rebaixada
A Ceplac que na sua concepção original era uma Comissão – sem personalidade jurídica mas com autonomia administrativo-financeira concedida pela presidência da república – hoje é um simples Departamento do Ministério da Agricultura (MAPA), o que significa dizer que foi “rebaixada” na estrutura administrativa do governo federal.
E isso sem ouvir ninguém, sem considerar as peculiaridades da cultura, sem avaliar sugestões oferecidas pelo produtor e sem ponderar as considerações feitas por este movimento Somos Todos Cacau em carta aberta que fez à Ministra da Agricultura.
A consequência objetiva da perda de autonomia é a maior burocracia a que estará sujeita a partir de agora e a consequente dificuldade de fazer, cuja vontade desde antes, já não nos parecia tão firme; haja vista a situação em que se encontra a lavoura, os produtores e todas as sub-regiões que do cacau são dependentes ou influenciadas.
O que também nos surpreende é a total ausência na discussão dos representantes eleitos e o desprestígio político dos partidos que formam a base de sustentação do governo federal, que não foram capazes de reverter a ameaça, se é que tentaram. Aliás, isso nem deveria mais nos
surpreender, afinal o histórico de omissão e passividade deles não nos deixa crer no que dizem.
Há ainda o governador que em nenhum momento se manifestou e como em anos anteriores e em múltiplas ocorrências, aceitou passivamente a sucessivas perdas que a Bahia vem acumulando.
E a FAEB, o que disse? Será que foi consultada?
E agora, como será que fica? Como Departamento, provavelmente a “Ceplac” irá ter redução no orçamento e os recursos que já se dizia insuficientes para produzir resultado, agora tendem a ser canalizados exclusivamente para arcar com as volumosas folhas de pagamento mensais.
Enquanto isso, mais uma violência se perpetra contra o sofrido produtor de cacau da Bahia que continua acumulando perdas e enormes prejuízos.