Por: Claudemir Zafalon
Os mercados globais iniciaram a semana em tom moderado, mas nesta terça-feira (15) os investidores encaram uma avalanche de informações. Os destaques do dia incluem a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) nos Estados Unidos, os primeiros balanços de grandes bancos norte-americanos e novos dados sobre o crescimento econômico da China. Em meio a isso, o mercado também monitora de perto o impacto das declarações do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que ameaça impor tarifas de 30% sobre produtos europeus, o que pode reconfigurar drasticamente o comércio transatlântico.
Segundo analistas, se a tarifa for implementada, representará um marco disruptivo para o modelo econômico europeu, fortemente baseado em exportações. A medida pode desencadear retaliações comerciais e realinhamentos nas cadeias globais de suprimento, com impactos inclusive sobre o setor agrícola e alimentar.
No mercado de commodities, esta terça-feira foi apelidada por operadores como “terça-feira de reversão de tendência”, com todos os produtos agrícolas listados nas bolsas de futuros operando em queda.
No caso do cacau, a sessão anterior mostrou relativa resiliência. O contrato de setembro oscilou entre a mínima de US$ 8.100 e a máxima de US$ 8.350 por tonelada, encerrando com alta de US$ 110, a US$ 8.287/ton. O volume negociado foi de 15.857 contratos, com 7.105 contratos efetivamente transacionados. O interesse em aberto permaneceu estável em 94.477 contratos.
Os estoques certificados nos portos norte-americanos, monitorados pela ICE, registraram leve aumento e somam agora 2.338.724 sacas. Já o contrato de julho teve suas entregas físicas encerradas com 749 contratos liquidados.
No câmbio, o contrato futuro do dólar com vencimento em 31 de julho está cotado estável em R$ 5,59, refletindo a expectativa do mercado diante do relatório inflacionário dos EUA e da condução da política monetária pelo Federal Reserve.
Os próximos movimentos dos mercados dependerão fortemente dos dados inflacionários americanos e das sinalizações sobre os rumos das taxas de juros nos EUA. Uma inflação abaixo do esperado pode reforçar as apostas em cortes de juros, enquanto um número acima do consenso pode reacender a aversão ao risco e ampliar a volatilidade nos mercados globais.
Fonte: mercadodocacau