Trump amplia ofensiva tarifária e sacode mercados globais: café e cacau entre os mais afetados

Por: Claudemir Zafalon
A escalada protecionista do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ganhou um novo capítulo com o anúncio de tarifas de 35% sobre importações do Canadá e a sinalização de novas tarifas de 15% a 20% sobre a maioria dos parceiros comerciais. A medida representa uma ampliação agressiva da política tarifária norte-americana, com impactos imediatos sobre commodities agrícolas e o comércio global.

Uma das decisões mais controversas foi a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações de café do Brasil, maior exportador mundial do grão. A medida gerou forte volatilidade no mercado internacional, e analistas já alertam para uma possível disparada nos preços do café nos Estados Unidos, com reflexos diretos no custo de uma xícara para os consumidores americanos.

Além do café, a carne bovina brasileira — ingrediente essencial nos hambúrgueres vendidos em cadeias de fast food nos EUA — também pode registrar aumentos, diante da expectativa de repasse dos custos logísticos e tarifários ao consumidor final.

No mercado de cacau, os efeitos indiretos da instabilidade comercial e do fortalecimento do dólar pressionaram os preços futuros. O contrato de setembro, negociado na ICE de Nova York, sofreu uma queda expressiva de US$ 317, encerrando o dia a US$ 8.059 por tonelada, após oscilar entre a mínima de US$ 8.045 e a máxima de US$ 8.450.

Com esse movimento, os preços voltaram a testar a importante zona de suporte técnica dos US$ 8.000, refletindo não apenas o impacto macroeconômico das tarifas, mas também preocupações estruturais sobre a demanda em meio a um ambiente global mais volátil.

O volume negociado somou 22.709 contratos, com 9.161 contratos ativos apenas no dia. O interesse em aberto permanece estável em 93.693 contratos. Nos portos norte-americanos, os estoques certificados seguem em 2.319.150 sacas, segundo dados da ICE.

As entregas físicas acumuladas do contrato de julho estão em 749 contratos até o momento. Já no câmbio, o contrato de real x dólar com vencimento em 31 de julho segue estável, cotado a R$ 5,575, refletindo relativa cautela nos mercados emergentes frente ao aumento das tensões comerciais.

Com o endurecimento da retórica protecionista por parte de Washington, investidores e agentes do setor agroalimentar permanecem atentos às próximas movimentações de Trump — que pode, mais uma vez, reconfigurar o fluxo do comércio internacional com impactos diretos no bolso dos consumidores.

Fonte: mercadodocacau

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