UDP emite Nota de repúdio contra samba-enrendo da Imperatriz

O samba enredo da escola “Imperatriz Leopoldinense”, que neste Carnaval homenageia a região do Parque Nacional do Xingu e tem como tema “Xingu – O clamor que vem da Floresta”, tem gerado revolta no setor do agronegócio brasileiro. A música exalta o povo indígena ao mesmo tempo em que faz uma crítica ao agronegócio brasileiro, considerado hoje o único setor a segurar a economia do Brasil.

O samba enredo é de composição de Moisés Santiago, Adriano Ganso, Jorge do Finge e Aldir Senna. Nele os indígenas são exaltados como os guardiões da floresta e que o “jardim sagrado” foi descoberto pelo “caraíba” que hoje “sangra o coração do meu Brasil”. A letra ressalta ainda, em tom de crítica ao agronegócio, que “o belo monstro rouba as terras dos seus filhos / devora as matas e seca os rios / tanta riqueza que a cobiça destruiu”.

A composição do samba vem sendo repudiada por entidades ligadas ao agronegócio, a exemplo União em Defesa da Propriedade – UDP da Bahia.

NOTA DE REPÚDIO
A União em Defesa da Propriedade – UDP, vem a público através da presente Nota de Repúdio, expor que o Brasil ainda é um país essencialmente agrícola, atividade esta, feita cada vez mais com profissionalismo e é responsável pela maior geração de riquezas e empregos, seja na própria atividade agropecuária ou nas atividades industriais resultantes dos produtos produzidos no campo.

Há uma preocupação dos agropecuaristas em geral, no tocante a preservação do meio ambiente e dos recursos naturais. Portanto, é com profunda indignação e insatisfação, que repudia o samba-enredo da Imperatriz Leopoldinense e a atitude dos diretores da Escola de Samba carioca de divulgar esse tipo de composição, com informações erradas e sem sustentação, quando busca informar à população que a agropecuária é vilã do meio ambiente. O carnaval é uma festa popular conhecida mundialmente e deverá ser aproveitado para passar à população mensagens verdadeiras e positivas.

Confira o samba enredo escola Imperatriz Leopoldinense – “Xingu – O clamor que vem da floresta”:

Brilhou… a coroa na luz do luar!
Nos troncos a eternidade… a reza e a magia do pajé!
Na aldeia com flautas e maracás
kuarup é festa, louvor em rituais
na floresta… harmonia, a vida a brotar
sinfonia de cores e cantos no ar
o paraíso fez aqui o seu lugar
jardim sagrado o caraíba descobriu
sangra o coração do meu brasil
o belo monstro rouba as terras dos seus filhos
devora as matas e seca os rios
tanta riqueza que a cobiça destruiu
Sou o filho esquecido do mundo
minha cor é vermelha de dor
o meu canto é bravo e forte
mas é hino de paz e amor

Sou guerreiro imortal derradeiro
deste chão o senhor verdadeiro
semente eu sou a primeira
da pura alma brasileira

Jamais se curvar, lutar e aprender
escuta menino, Raoni ensinou
liberdade é o nosso destino
memória sagrada, razão de viver
andar onde ninguém andou
chegar aonde ninguém chegou

lembrar a coragem e o amor dos irmãos
e outros heróis guardiões
aventuras de fé e paixão
o sonho de integrar uma nação
kararaô… kararaô… o índio luta pela sua terra
da imperatriz vem o seu grito de guerra!

Salve o verde do xingu… a esperança
a semente do amanhã… herança
o clamor da natureza
a nossa voz vai ecoar… preservar!


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