A insularidade, coloca várias barreiras a São Tomé e Príncipe, que se manifesta interessado em abrir-se ao mundo. Mas no entanto com a porta de saída cada vez mais barrada. Constatação do produtor de chocolate de alta qualidade Claudio Coralo.
Numa altura em que diversas lojas nas principais praças internacionais, desde Nova York, passando por Milão, Londres e Paris, anunciam ao produtor nacional de chocolate que o stock está perto de fim e solicitam mais encomendas, surge um grave bloqueio.
Desde Agosto último que 2 toneladas de chocolate de São Tomé e Príncipe, não podem ser exportadas para o mercado internacional. Tudo segundo Cláudio Coralo, pelo facto de as duas companhias aéreas que tradicionalmente transportavam a mercadoria, manifestarem agora indisponíveis.
A STP Airways, companhia de bandeira nacional, informou ao produtor de chocolate são-tomense que "já não pode levar carga de São Tomé para Lisboa", afirmou.
A TAP, transportadora aérea portuguesa, que há vários meses, passou a fazer apenas escala em São Tomé, tendo a capital do Gana-Acra como seu destino principal, também manifestou-se indisponível. "A TAP pode garantir-nos só o transporte de São Tomé até Acra", precisou Cláudio Coralo.
As principais praças internacionais aguardam pelo chocolate de São Tomé e Príncipe, mas o produtor e a sua equipa, não conseguem atender a demanda, porque as portas de saída estão fechadas.
Um revés para a produção nacional de marca. Uma situação que desencoraja qualquer investimento. "Por estas razões estamos por todos os meios a tentar encontrar uma solução sem a qual não conseguimos cumprir as encomendas que temos dos nossos clientes, e com um prejuízo enorme para a empresa e para o país", acrescentou Cláudio Coralo.
O produtor de chocolate, tenta agora encontrar uma solução alternativa, com custos acrescidos. Permitir que a TAP leve as 2 toneladas de chocolate até Acra, e a partir da capital do Gana, procurar uma companhia que possa fazer o produto nacional chegar as principais praças mundiais. "Encontrar um transitário em Acra (que ainda não encontramos) e através dele enviar o nosso chocolate para o destino final", confirmou Coralo.
Uma alternativa com muitos riscos. Tudo porque a mercadoria pode estragar no aeroporto do Gana, uma vez que as diligências do transitário podem levar alguns dias, e o clima quente do Gana pode dissolver todo o chocolate.
Os custos da operação também serão enormes. "Nesse momento critico em que todos estamos a fazer esforços para atrair investidores, alerto para o impacto negativo desta situação sem fim a vista, de não se conseguir exportar via aérea a partir de São Tomé e Príncipe", alertou Coralo.
Em pleno século XXI, São Tomé e Príncipe continua encravado, e a sua produção de chocolate está bloqueada. Fonte: Telanon