CEARÁ TEM POTENCIAL PARA SE TORNAR GRANDE POLO DE CACAU, PROJETA FAEC

A cultura está em fase experimental no Estado, mas deve ganhar fôlego nos próximos dois anos

Ambientada no Sul da Bahia, onde há uma das maiores produções de cacau do País, a novela Renascer despertou a curiosidade sobre o cultivo do fruto. Nos últimos anos, essa cultura agrícola de alto valor agregado saiu das regiões tradicionais, na Amazônia e no território baiano, para outros estados. Um deles é o Ceará, onde a matéria-prima começa a ter relevância na economia, atraindo investidores pelas condições climáticas favoráveis e pelo potencial de lucro.

No ano passado, foram produzidas 44 toneladas em lavouras cacaueiras cearenses, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Centro de Inteligência e Inovação da Agropecuária do Estado (Ciiagro), da Federação da Agricultura e Pecuária (Faec).

Para o assessor da presidência da Faec, Odílio Coimbra, o Ceará tem condições climáticas propícias para o cacau, além da vantagem de poder compartilhar a terra e a água de outras plantas, consorciando com o coco, por exemplo.

Veja como ficou a produção de cacau nas cidades cearenses
Em todo o Ceará, em 2023, a produção de cacau irrigado totalizou 13 toneladas, enquanto o cacau de sequeira somou 9 toneladas

O secretário executivo do Agronegócio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Sílvio Carlos Ribeiro, acrescenta que o cacau é uma commoditie de maior valor agregado e gera de dois a três postos de trabalho por hectare.

“É um número muito bom. Para se ter ideia, o melão, a fruta mais exportada no Ceará, gera um emprego por hectare e, no máximo, 1,5”, compara. Na Chapada do Apodi, a produtividade média é de 2,5 mil a 3 mil quilos por hectare.

“Apodi e baixo Acaraú possuem grandes áreas de produção de cacau, mas há um planejamento para fazer testes no sertão de Crateús e no Cariri”, completa o secretário.

Por enquanto, a plantação cearense do cacau ainda é considerada experimental e não gera resultados expressivos, apesar de já ter sido possível fabricar chocolate com cacau 100% cearense.

A estimativa, no entanto, é que o cenário mude em dois anos, com o aumento do volume produzido. Segundo Silvio, a pasta trabalha para fornecer assistência e consultoria aos produtores para garantir o sucesso da lavoura.

 

APESAR DOS DESAFIOS, PRODUTORES ACREDITAM NO FUTURO PROMISSOR DO CACAU NO CEARÁ 

O sócio-proprietário da Fazenda Águas de Março, Vitor Chiamulera, iniciou os investimentos em 2019, no Baixo Acaraú, onde há cerca de 15 produtores do cacau, totalizando 100 hectares de plantio da cultura.

Ele conta ter comprado mudas do cacaueiro do Sul da Bahia, cuja entrega ocorreu somente em 2021, quando iniciou o cultivo consorciado com o coco. Em 2022, houve a primeira colheita, mas ainda “inexpressiva” devido aos desafios.

O investimento médio foi R$ 400 mil para 20 hectares de plantação de cacau.

“Mas esperamos atingir, no fim de 2025, uma produção satisfatória viável financeiramente”, observou, destacando que a cultura já deverá estar aclimatada.

O proprietário da AGM Crops, Altamir Martins, relata também possuir, há um ano e meio, uma pequena área com plantação de cacau, no Acaraú. Para o produtor, os principais desafios foram o vento e solo arenoso, mas ele destaca haver condições climáticas e logísticas favoráveis no Ceará.

“Não é uma cultura fácil e exige uma tecnologia complexa. Tivemos que fazer uma adaptação aqui, houve problemas com a qualidade da muda adquirida fora e com a época do plantio, no segundo semestre, quando tem ventos fortes”, listou.

Fonte:Diário do nordeste

Curtiu esse post? Compartilhe com os amigos!

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp
Telegram

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *