Os preços do cacau continuam em ascensão, atingindo o dobro do valor registrado no último ano, o que gera preocupações para as empresas do setor de chocolates. A possibilidade de escassez de suprimentos levanta a perspectiva de aumentos nos valores de chocolates e doces, impactando diretamente gigantes do mercado, como a Hersheys.
No último trimestre, a Hersheys, renomada empresa no ramo chocolateiro, enfrentou uma redução de 6,6% em seu rendimento nas vendas. Esse declínio é atribuído, em parte, à elevação dos custos dos insumos de cacau.
Na região africana, onde se encontram os maiores produtores de cacau do mundo, as chuvas têm contribuído para a propagação de doenças nas plantações e atrasos nas colheitas. Esses fatores combinados apontam para uma oferta global de cacau abaixo da demanda pelo terceiro ano consecutivo.
No dia 8 de fevereiro, a bolsa do cacau em Nova York atingiu a marca de 5.874 dólares por tonelada, representando um aumento de 90% em relação ao ano anterior e alcançando o patamar mais alto em 65 anos. Em Londres, o valor atingiu 4.670 libras por tonelada.
Surpreendentemente, na terça-feira atual (13/02), a bolsa do cacau em Nova York chegou a alcançar a máxima de 6.010 dólares por tonelada, ultrapassando as projeções iniciais e ampliando as preocupações da indústria chocolateira em escala global.
Fonte:mercadodocacau
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Não há razão para a indústria chocolateira temer a incerteza do futuro. Na verdade, ela ainda tem muita gordura para queimar, pois a diferença entre o valor do cacau que durante tantos anos têm pago e o contra valor recebido pelo chocolate, chega a ser gritante! Tudo isso por força da comercialização ter como base a Bolsa de Nova York, uma anomalia que o Brasil não conseguiu quebrar até agora. Sabendo-se que o Brasil não tem cacau suficiente para a demanda interna, não se pode aceitar semelhante anomalia. De resto, o cartel formado por meia dúzia de indústrias, faz também sofrer os produtores africanos. Mas pelo visto, isso não as preocupa, nem sequer lhes causa remorsos. Talvez venham com a conversa de sempre: “O livre mercado é que dita os preços”. Não!!! O que dita os preços são as indústrias que sempre se aproveitaram daquilo a que chamam de mundo subdesenvolvido. Mas talvez tenha chegado a hora de colocar um certo respeito naqueles que lhes proporcionam a matéria-prima desde tempos imemoriais.