América Latina e Ásia ganham destaque como fontes estratégicas para o fornecimento global de cacau em 2025

Diante de uma crise crescente no setor de cacau, a indústria global está voltando seus olhos para novas regiões de fornecimento, e América Latina e Ásia despontam como apostas promissoras para garantir a sustentabilidade da produção a longo prazo.

O mercado, que enfrenta uma oferta limitada da África Ocidental — especialmente da Costa do Marfim, maior produtora mundial —, tem sofrido com mudanças climáticas, pragas, tensões geopolíticas e tarifas comerciais. Essa conjuntura impulsionou a busca por alternativas mais resilientes e diversificadas, levando grandes marcas de confeitaria a ampliar suas redes de abastecimento.

De acordo com o relatório mais recente da Organização Internacional do Cacau (ICCO), o preço do cacau bateu recorde em janeiro de 2025, superando US$ 10,75 por quilo. A escassez de oferta, agravada por chuvas excessivas na África Ocidental e barreiras tarifárias dos EUA, acentuou a instabilidade do mercado.

Especialistas da GEP alertam que a produção global pode ficar abaixo de 1 milhão de toneladas neste ano, enquanto a demanda por chocolate deve crescer cerca de 3%. Esse desequilíbrio está forçando o setor a diversificar fornecedores e diminuir sua dependência da África Ocidental, que hoje responde por mais de 60% da oferta global.

América Latina assume papel estratégico

A América Latina (LATAM) tem se destacado como uma das regiões mais promissoras para suprir a crescente demanda. Em 2023, os países latino-americanos foram responsáveis por mais de 20% da produção global de cacau, tornando-se a segunda maior região produtora, atrás apenas da África Ocidental. Entre 2013 e 2023, a produção na região cresceu 56%, com destaque para Equador, Brasil e Peru.

Embora o Equador ainda esteja atrás de Gana e Costa do Marfim em volume absoluto, o país apresenta alto potencial de crescimento devido à sua capacidade industrial avançada e ao uso de sistemas híbridos e sustentáveis de produção. A região também está investindo em inovação genética, focada em variedades mais resistentes e adaptáveis ao clima.

As exportações latino-americanas para cadeias globais de valor também seguem em alta. Somente em 2024, foram movimentados US$ 3,48 bilhões em produtos derivados do cacau — um aumento de 58% em relação ao ano anterior, mesmo diante da queda na produção global.

Ásia em expansão

A Ásia também começa a emergir como um polo relevante no mapa do cacau, oferecendo alternativas viáveis para aliviar a pressão sobre os atuais fornecedores. Com investimentos crescentes em infraestrutura agrícola e inovação, países asiáticos se posicionam como futuros protagonistas na cadeia de fornecimento global.

Com os olhos voltados para o futuro, marcas e produtores de chocolate buscam garantir não apenas o abastecimento, mas também a sustentabilidade e a diversidade do cacau global — e América Latina e Ásia podem ser peças-chave nessa transformação.

Fonte: mercadodocacau com informações confectionerynews

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