O mercado externo, composto por 45 países, já representa 20% das vendas da empresa de Vila do Conde.
O mercado internacional é um eixo estratégico para a Imperial que, depois de garantir a presença em 45 países, colocou o Médio Oriente e o mercado asiático no radar da expansão. É esta a convicção da presidente-executiva da empresa, Manuela Tavares de Sousa, que, em entrevista ao Diário Econômico, revela que a dona de marcas como Regina ou Pintarolas tem como primeiro objetivo “desenvolver e consolidar a ação nos 45 mercados onde já se encontra presente”. Em paralelo, a estratégia da empresa de Vila do Conde passa por “estabelecer relações com mercados de grande dimensão, como é o caso dos mercados asiático e do Médio Oriente”.
Sem assumir um ‘timing’ para concretizar esta nova meta, Manuela Tavares de Sousa realça que 2015 ficou marcado pela “entrada dos produtos da Imperial no mercado da China através de um operador de grande dimensão que atua, quer como distribuidor quer como retalhista, em várias províncias chinesas com uma oferta essencialmente assente na marca Jubileu”.
A mesma fonte salienta ainda que está “em fase de concretização a entrada no mercado da Nigéria, através de produtos direcionados para um ‘target’ mais jovem”. Na lista dos novos países onde já vende os produtos está também a Índia, mercado que “está numa fase inicial de desenvolvimento”, lembra Manuela Tavares de Sousa.
A gestora justifica esta aposta no mercado externo com “o contexto econômico pouco favorável a nível nacional e a pequena dimensão do mercado de chocolate português”, fatores que “reforçam a importância da aposta na internacionalização”. Manuela Tavares de Sousa lembra ainda que o fato de a Imperial exportar para países longínquos e alguns com estações do ano invertidas face a Portugal “permite compensar a sazonalidade do negócio”.
Esta estratégia já está a dar frutos em termos financeiros. “O reconhecido potencial exportador da empresa traduziu-se numa taxa de crescimento de vendas para exportação de 60%, nos últimos cinco anos”, revela a gestora.
A mesma fonte volta a socorrer-se dos números para provar o sucesso além-fronteiras. Isto porque, no total, os 45 mercados onde a Imperial já está “a comercializar os produtos representam, atualmente, 20% do volume de negócios” garante Manuela Tavares de Sousa que refere que “Angola, África do Sul, Polônia, Espanha e América do Norte surgem no topo dos mercados com melhor performance ao nível de vendas”.
Ao mesmo tempo que o peso da vertente internacional no volume de vendas continua a crescer, a gestora realça que este cenário é também “acompanhado pelo bom desempenho da Imperial no mercado interno, onde tem tido ao longo dos últimos anos um crescimento muito expressivo”.
Dos Estados Unidos à Polônia
No contexto internacional, a Imperial trabalha com dois modelos de distribuição, que variam consoante os mercados. Através de importadores ou distribuidores, ou diretamente com os principais retalhistas. Esta aposta já garantiu a presença dos produtos nas prateleiras de várias marcas. Em Angola, a Imperial trabalha diretamente com todas as cadeias de distribuição, desde a Kero, Shoprite, Maxi, Mega, Casa dos Frescos, Nosso Super, entre outras. Ainda em África, Manuela Tavares de Sousa destaca a África do Sul, onde se “estabeleceu recentemente um acordo com uma companhia local com o objetivo de alcançar uma cobertura a nível nacional com vista à introdução, em gama permanente, dos produtos da Imperial nas principais cadeias de distribuição, como a Pick & Pay ou a Spar, e em lojas de conveniências das gasolineiras de diversas insígnias”.
A Imperial já comercializa as marcas nos principais ‘players’ da Polónia, sendo de destacar a Biedronka, retalhista detida pelo grupo português Jerónimo Martins e que opera mais de 2.500 lojas.
O mercado brasileiro já conta também com os produtos da marca. Recentemente a Imperial entrou na rede de lojas Walmart Brasil, um dos maiores grupos mundiais de retalho, através de um acordo com a Sam’s Club, uma das nove insígnias que detém.
Os Estados Unidos da América é outro dos mercados de aposta da empresa. Manuela Tavares de Sousa refere que, com base na aposta “de reforço de posicionamento de mercado, estamos a estabelecer contratos de fornecimento direto com cadeias e ‘department stores’ como TJX, Home Sense, Home Goods e World Market.
Até concretizar a entrada em novos países a empresa aposta no período das festas que, segundo a mesma fonte, “corresponde a um forte pico de consumo de chocolate, representando, em média, cerca de 30% das vendas da Imperial”. Manuela Tavares de Sousa lembra que, nas restantes épocas, a empresa emprega 175 colaboradores, “número que aumenta em períodos de pico de produção, como é o caso do Natal, chegando a ultrapassar os 190 trabalhadores”. Também a pensar nas festas, foram lançados 20 novos produtos como as ‘Línguas de gato de chocolate de leite’ da marca Regina ou o alargamento da gama D’Or, que – além de novos sortidos e de uma versão ‘gift’ – apresenta agora uma extensão de linha composta por bombons de chocolate negro. Fonte: Econômico