A Associação Indonésia de Cacau (Askindo) pediu ao governo que cancelasse a cobrança do imposto sobre a exportação de cacau em grão, afirmando que a medida não só reduzia a receita dos produtores como também causaria a queda da produção de cacau do país.
Segundo o presidente da Askindo, muitos agricultores já substituíram o cacau por outras culturas mais rentáveis e menos suscetíveis a doenças e pragas. Dados da entidade indicam que o número de produtores de cacau diminuiu de 1,3 milhão para 1,0 milhão do curso de três anos e a área plantada encolheu 300.000 ha no mesmo período para 1,067 milhão ha.
A produção despencou de 557.596 t em 2010, ano em que o imposto foi instituído, para 320.000 t em 2015 e poderá cair para 300.000 t em 2016 se o governo não tomar medidas para sanar a situação. O dirigente também observou que o imposto de exportação de cacau, que visava fomentar a indústria processadora local, não cumpriu com seu objetivo. “Antes de 2010, havia 60 grandes exportadores e 13 fábricas processadoras.” – disse – “Agora só há três exportadores e 10 fábricas, oito das quais pertencem a estrangeiros.”
Continuando, observou que – “Sim, tivemos sucesso em atrair investidores a vir para cá e eles sucederam aqui porque dispõem de amplos recursos e marcas estabelecidas. Ao mesmo tempo, as indústrias processadoras locais morrem” – notando que pelo menos 11 empresas locais já fecharam suas operações.
Dados da Agência Central de Estatística (BPS) mostram a tendência de declínio das exportações desde 2009. Naquele ano, as exportações de cacau em grão, manteiga, liquor e pó chegaram a 511.899 t, comparadas com apenas 250.821 t em 2014. Enquanto isso, os dados do Ministério da Agricultura contrastam radicalmente com os números das empresas e mostram uma tendência ascendente. O ministério recordou 709.000 t em 2015, 5% acima do ano anterior.