Banco do Brasil aponta problema de funding para crédito rural

O vice-presidente de Agronegócio do Banco do Brasil (BB), Osmar Dias, afirmou nesta quinta-feira (16/4) que o país passa por momento diferente do de quatro anos atrás, mas ele ressaltou que a presidente Dilma Rousseff sempre garantiu que nunca faltariam recursos para o produtor. Ele, no entanto, disse que não podia dar resposta definitiva sobre o tema porque isso é responsabilidade do Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, uma taxa de 8,5% ao ano e nível de recursos igual ao da safra passada (R$ 156 bilhões), mas corrigida pela inflação, deixaria o produtor satisfeito.

 

Dias relatou que há um problema de funding. A captação de poupança rural encolheu e a expectativa que o banco tinha se frustrou. Segundo ele, o esperado eram R$ 165 bilhões, mas até o mês passado o saldo era de aproximadamente R$ 140 bilhões. "Ou há uma fuga para outras aplicações ou o poupador está gastando mais", afirmou durante audiência na Comissão de Agricultura do Senado. "Os números indicam que há uma queda no desembolso e isso ocorre por falta de funding", admitiu.

 

O executivo explicou aos senadores que, de R$ 7 bilhões liberados para custeio pela instituição, menos de R$ 4 bilhões são com juros controlados, os quais têm custo mais baixo ao produtor. Ele ponderou, ainda, que o banco tem feito "ginástica" para oferecer esse crédito e que o produtor está tomando crédito de comercialização como pré-custeio. Ele explicou que para chegar ao funding adequado, o BB está fazendo mix de recursos controlados e Letra de Crédito Agrícola (LCA). "Nossa decisão é atender toda a demanda do pré-custeio", garantiu. "A taxa para custeio é alta frente a recurso controlado, mas baixo comparado ao mercado", defendeu.

 

As negociações para o Plano Safra 2015/2016, segundo Dias, estão em andamento e os envolvidos estão "em grande luta" para se chegar a uma taxa e ao montante de recursos. Ele ponderou que a necessidade do momento é o Tesouro Nacional colocar no orçamento recursos de equalização do tamanho da necessidade dos produtores. "Uma safra de custeio vai custar R$ 5 bi de equalização para o governo, pode ser mais ou menos que isso", projetou o executivo. Segundo ele, um desafio a mais para a esse Plano Safra é o dólar, que subiu de R$ 2,60 para mais R$ 3,00 entre uma safra e outra. "Isso impacta no custo de produção", disse. Fonte: Estadão 

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