Cacau e óleo de palma mostram como a bioeconomia abre novas perspectivas para o Pará

Culturas aliam recuperação ambiental e oportunidade econômica

A bioeconomia foi eleita a “nova matriz produtiva” do Pará, afirma Marcel Botelho, presidente da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa).

Ele conta que o estado tem investido na valorização de conhecimentos tradicionais, em novas pesquisas de bioprodutos a partir da floresta viva.

Líder nacional na produção de cacau, o estado investe no fruto como um dos pilares para o desenvolvimento de sua política nesse setor, que tem potencial para chegar a US$ 120 bilhões (R$ 593 bilhões) anuais com a exportação de produtos florestais.

A maior parte do cultivo é em áreas degradadas, principalmente por agricultores familiares e em sistemas agroflorestais. Por isso, o governo do estado investe no apoio aos pequenos produtores, às comunidades tradicionais e aos agricultores familiares.

Captura de carbono

Maior produtor de óleo de palma da América Latina, com capacidade anual para quase 200 mil toneladas, o Grupo Brasil BioFuels (BBF) consolidou na região um modelo de negócio que busca conciliar práticas sustentáveis de produção de biocombustível para a geração de energia renovável, destinada a abastecer sistemas isolados, e preservação florestal.

Foram integrados ao processo mais de 450 agricultores familiares das cidades de Acará, Concórdia do Pará, Moju, Tomé-Açu, São Domingos do Capim, Irituia, Bujaru e Abaetetuba dedicados à produção do dendê.

O Pará concentra pouco mais de 80% da área total plantada do grupo, somando em torno de 60,3 mil hectares de palmeiras distribuídos entre quatro polos.

As estimativas da BBF sugerem que as áreas de cultivo de palma responderiam pelo sequestro anual de aproximadamente 729 mil toneladas de carbono apenas no Pará, enquanto as áreas de reserva legal mantidas pelo estado estacariam perto de 26,6 milhões de toneladas de dióxido de carbono.

De acordo com o grupo, a parceria com a agricultura familiar envolve assistência técnica na recuperação e melhoria de áreas de plantio, com fornecimento de mudas, controle fitossanitário, apoio na aquisição de fertilizantes e na contratação de crédito, além da compra da produção a preços competitivos.

Conforme a BBF, só no ano passado os produtores enquadrados no Programa de Agricultura Familiar (Pronaf) entregaram mais de 52 mil toneladas do fruto, assegurando uma receita pouco acima de R$ 35 milhões. A partir de 2026, o grupo tem planos de iniciar a produção de diesel verde e combustível sustentável de aviação (SAF).

Além do biodiesel B100, a BBF mantém uma unidade extrusora de soja em Paragominas, com capacidade para processar 4,8 mil toneladas mensais, dedicada ao fornecimento de farelo de soja para nutrição animal, considerando que a região abriga um dos maiores rebanhos do estado.

Fonte: O Globo

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