Um cientista americano da Universidade Estadual do Missouri dedica grande parte de suas pesquisas ao chocolate. Paul Durham é professor de biologia celular e estuda dor, especialmente problemas no nervo trigêmeo e dores orofaciais.
O chocolate surgiu nas pesquisas dele justamente como uma maneira eficaz de controlar o incômodo. “Já ouvi de pacientes que apenas o consumo de cacau foi suficiente para eles não precisarem mais tomar anti-inflamatórios não-esteroidais”, fala Durham. Alguns exemplos de anti-inflamatórios não-esteroidais são o ibupofreno, o paracetamol e o ácido acetilsalicílico. Todos têm como característica, além de agir sobre a inflamação, o efeito analgésico.

Chocolate contra a dor
O segredo do chocolate no controle da dor, conta Durham, está em duas substâncias encontradas no cacau: os polifenóis e o beta-sisterol. “Tanto os polifenóis quanto o beta-sisterol são anti-inflamatórios, então eles funcionam acalmando as células nervosas”, diz o cientista. No caso específico da dor, explica Durham, essas substâncias seriam capazes de interferir na transmissão dos sinais dolorosos. “Em vários estudos que publicamos, mostramos que o cacau é capaz de bloquear caminhos envolvidos na transmissão da dor”, completa.

Eficaz até na enxaqueca
Mesmo em dores crônicas nas quais o chocolate é apontado como vilão, como a enxaqueca, o cacau oferece grande potencial terapêutico. Durham explica que, na verdade, quando o chocolate é apontado como gatilho para a dor de cabeça da enxaqueca, o problema não é o cacau, mas sim outras coisas usadas na preparação das barras de chocolate.
“As barras de chocolate ao leite têm índices altos de açúcar e de cafeína”, aponta. São esses ingredientes que atuam como gatilho para a enxaqueca. “Minha avó costumava comer chocolate amargo para ajudar a aliviar suas dores de cabeça”, lembra o cientista.

Como escolher o chocolate
Depois de todas essas boas notícias sobre os benefícios do chocolate no controle da dor, fica a vontade de correr para o supermercado e se entregar à prateleira dos doces, não é mesmo? Mas, antes disso, um recado: Não é toda barra de chocolate que vai ajudar. Como ilustrado no caso da enxaqueca, é preciso saber escolher o produto e a porção de forma adequada.
Durham explica que os benefícios são observados quando a pessoa consome chocolates com alto teor de cacau, pelo menos acima de 70%. O cacau puro, em grãos, também é uma boa pedida.
A moderação também é importante. Durham explica que os benefícios costumam ser observados quando o consumo é diário. Por isso, nada de exageros: A porção diária deve ser sempre pequena, um quadradinho de chocolate ou um punhado de grãos. “Algo que cabe na palma da sua mão”, brinca o pesquisador.
Agora que você já sabe como ter os benefícios, é só aproveitar!
Fonte: Chega de Dor