Cacau recua com força e rompe suporte técnico em meio à pressão política nos EUA e otimismo com safra africana

Por: Claudemir Zafalon

O mercado de cacau iniciou julho sob forte pressão vendedora, refletindo um cenário de fundamentos mais favoráveis no lado da oferta e uma conjuntura técnica fragilizada. Nesta quinta-feira (3), os contratos de setembro negociados na bolsa ICE recuaram 3,12%, cotados a US$ 7.959 por tonelada, rompendo a importante resistência de US$ 8.300 e testando níveis críticos de suporte, agora situados entre US$ 8.000 e US$ 7.800.

A queda é atribuída, em parte, à liquidação de posições por fundos de investimento, que intensificaram as vendas diante da perda de força técnica do mercado e do crescente otimismo com a evolução da safra africana. De acordo com analistas das consultorias Trading Economics e Barchart, a tendência de baixa deve se prolongar durante julho, especialmente à medida que se aproxima a colheita da safra principal na Costa do Marfim, prevista para iniciar após setembro.

O contrato de setembro havia oscilado na véspera entre a mínima de US$ 8.200 e a máxima de US$ 8.535, encerrando o dia em US$ 8.225/tonelada — uma baixa de US$ 92. O volume total negociado foi de 18.155 contratos, com o interesse em aberto estável em 88.901 contratos. As entregas físicas somam 732 contratos até o momento, e os estoques certificados nos portos dos EUA, monitorados pela ICE, tiveram leve alta, chegando a 2.326.751 sacas.

Enquanto isso, nos Estados Unidos, o ambiente político continua tenso. O ex-presidente Donald Trump aumentou a pressão sobre o atual presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, pedindo publicamente sua renúncia e intensificando os ataques verbais. Apesar da retórica agressiva — incluindo críticas como “atrasado demais” e “mentalmente mediano” —, os mercados financeiros reagiram com relativa indiferença.

Nesta sexta-feira (4), os mercados norte-americanos estarão fechados em razão do feriado do Dia da Independência, o que tende a reduzir a liquidez no curto prazo. Antes disso, ainda nesta quinta-feira pela manhã, serão divulgados dados relevantes sobre o mercado de trabalho nos EUA, incluindo novos pedidos de auxílio-desemprego, taxa de desemprego e criação de empregos em junho — números que podem influenciar as expectativas quanto à política monetária do Fed.

No câmbio, o contrato de dólar futuro para agosto encerrou o dia anterior no menor patamar dos últimos 12 meses, cotado a R$ 5,46, enquanto o dólar à vista fechou em R$ 5,419. Nesta manhã, o dólar futuro opera em leve alta, cotado a R$ 5,472.

O mercado de cacau segue atento também à divulgação dos dados de moagem do segundo trimestre, marcada para 17 de julho, que poderá oferecer novos sinais sobre o comportamento da demanda global por derivados de cacau em meio à atual conjuntura econômica.

Fonte: mercadodocacau

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