Nesta quarta-feira, cotação da amêndoa avançou 2,03%, para um valor inédito de US$ 10.411 a tonelada
O cacau segue renovando recordes de preço na bolsa de Nova York. Após uma alta de mais de 3% na véspera, os contratos para maio subiram 2,03% , para US$ 10.411 a tonelada.
Os fundamentos de oferta ainda trazem um grande peso para os valores futuros do cacau, como lembra Adilson Reis, analista de mercado. “Com a escassez de amêndoas, as empresas não estão conseguindo fazer compras de longo prazo, já que os produtores africanos estão segurando ao máximo o cacau negociado, uma vez que o preço atual não reflete a realidade do ano passado”, diz o analista.
Além disso, em um cenário de forte restrição na oferta de cacau, a demanda ainda não deu sinais de que está recrudescendo. Um exemplo disso são as vendas da Barry Callebaut, uma das maiores fabricantes de chocolates do mundo, que cresceram 0,7% no período de seis meses encerrado em 28 de fevereiro.
O resultado foi positivo também em regiões da Europa, principal mercado consumidor mundial de cacau.
Na avaliação de Reis, como as grandes indústrias se anteciparam na compra de matéria-prima, antes da explosão dos preços, ainda não há um reflexo significativo em termos de demanda.
“Muitas empresas ainda têm estoque para operar em 2024, por isso o reflexo do preço recorde do cacau não afetou a procura por produtos derivados, por enquanto. Acredito que esse repasse das indústrias será feito aos poucos, e logo devemos ver uma mudança nessa questão de demanda”, destaca.
Café
Os preços do café arábica subiram na bolsa de Nova York, mesmo diante de um volume histórico para as exportações do Brasil. Os lotes que vencem em maio fecharam em alta de 0,52%, para US$ 2,1465 a libra-peso.
Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o país enviou ao exterior 4,29 milhões de sacas de 60 quilos em março, 37,8% mais que no mesmo mês do ano passado. Esse volume é recorde para este mês em toda a série histórica do boletim estatístico. Em receita, o crescimento foi de 35,2%, para US$ 913,6 milhões.
Suco de laranja
O suco de laranja fechou a sessão em forte alta. Os lotes do produto concentrado e congelado (FCOJ, na sigla em inglês) para maio subiram 2,43%, a US$ 3,7470 a libra-peso.
Pesou sobre o mercado as notícias negativas sobre a produção de laranjas no maior exportador mundial de suco, o Brasil. A safra 2023/24 de laranja no cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo Mineiro somou 307,22 milhões de caixas de 40,8 quilos, queda de 2,22% em relação ao registrado na temporada anterior, segundo dados divulgados pelo Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus).
Açúcar e algodão
No mercado do açúcar, os lotes com entrega para maio fecharam em leve queda, de 0,14%, com o preço de 21,4 centavos de dólar por libra-peso. No caso do algodão, os papéis com o mesmo vencimento caíram 0,85%, cotados a 85,31 centavos de dólar por libra-peso.
Fonte: Globo Rural