Destaque do Festival Varilux de Cinema Francês, em cartaz no Brasil até dia o 20, o chef mais incensado da França falou à coluna sobre o documentário “A Busca do Chef Ducasse”. Dono de 23 restaurantes e 18 estrelas Michelin, confessou ser fã do cacau da Bahia e do espírito do Rio.
1 Qual ingrediente da Bahia usaria na sua cozinha?
Minha regra é usar produtos locais na cozinha. Então, não uso os brasileiros. Mas penso seriamente em usar a mucilagem do grão de cacau para fazer um sorvete.
2 Compara o cacau baiano aos melhores do mundo?
Tenho muitos fornecedores de cacau no mundo. Todos excelentes. Mas minha relação com o cacau baiano é especial. Ele tem uma delicadeza de gosto, que só descobri quando, há dois anos, estive no Brasil, visitei as plantações e interagi com quem coloca toda a paixão nessa cultura particular.
3 Nessa viagem, você conheceu bem a Gastromotiva, que leva jovens de baixa renda para a cozinha. Eles podem se tornar chefs tão preparados quanto os criados em famílias ricas?
Claro! O trabalho da Gastromotiva é notável. Estou desde o início com o Massimo Bottura (chef italiano criador, junto a David Hertz, do Reffettorio Gastromotiva), na luta contra o desperdício. Resgatamos a confiança dos pobres, por meio das refeições. Faço ações semelhantes na França e nas Filipinas.
4 O que mais gostou no Rio?
A alegria de viver, essa energia mais forte do que qualquer coisa que vocês têm.
5 O que cozinha, em sua casa, quando tem fome no meio da noite?
Passo a maior parte do dia provando pratos, nunca acordo com fome. Mas de manhã, quando tenho tempo, faço uma tigela de cereais, frutas secas e leite.
Fonte: O Globo
(Por Roberta Malta)