Chuvas escassas e períodos de sol favorecem safra principal de cacau na Costa do Marfim, mas desafios climáticos persistem

A Costa do Marfim, maior produtora mundial de cacau, está em plena estação seca, e o clima predominantemente ensolarado, combinado com chuvas abaixo da média, tem favorecido a safra principal que ocorre entre outubro e março. Agricultores de várias regiões relatam que as condições atuais têm ajudado no processo de secagem dos grãos e na manutenção da produtividade, mas alertam que os próximos meses serão cruciais para garantir a qualidade e a quantidade do cacau colhido.

Clima beneficia, mas exige atenção

Nas principais regiões produtoras, como Yamoussoukro, Daloa e Bongouanou, os agricultores reconhecem que o clima seco, até agora, tem sido um aliado. As altas temperaturas, que variaram entre 27,3°C e 28,6°C na última semana, e a ausência de chuvas intensas facilitaram o manejo pós-colheita. Contudo, chuvas insuficientes podem trazer riscos.

Joel Kanga, produtor da região central de Yamoussoukro, alertou sobre o impacto potencial da seca prolongada:
“Mais chuva é necessária em dezembro, caso contrário, alguns cacaueiros podem começar a enfraquecer.”

Na última semana, Yamoussoukro registrou apenas 0,5 mm de chuva, muito abaixo da média histórica de 6,6 mm. Situação semelhante foi observada em Daloa e Bongouanou, onde o vento Harmattan começou a soprar levemente, mas ainda não representa uma ameaça direta.

O impacto do Harmattan

Embora moderado até o momento, o vento Harmattan, característico da estação seca, é uma preocupação para os agricultores. Originário do deserto do Saara, o Harmattan pode secar o solo e afetar negativamente as vagens de cacau, resultando em grãos menores e de qualidade inferior.

Nas regiões oeste e sul, como Soubre, Agboville e Divo, a situação já é considerada delicada. Produtores como Salame Kone, de Soubre, destacam a necessidade urgente de chuvas regulares:
“Ainda há muita colheita a ser feita, mas precisamos de chuva suficiente para manter a boa qualidade.”

Desafios à vista

Se a tendência de chuvas abaixo da média persistir, as colheitas de fevereiro podem apresentar grãos de menor tamanho e qualidade inferior, comprometendo a exportação e a competitividade no mercado internacional. Apesar disso, até o momento, compradores não relataram problemas significativos na qualidade dos grãos disponíveis.

O futuro da safra

Para os agricultores da Costa do Marfim, o mês de dezembro será decisivo. Enquanto aguardam mais precipitações, o foco permanece na colheita das grandes vagens ainda disponíveis e no controle dos efeitos do clima.

A adaptação às condições climáticas, a gestão cuidadosa das plantações e a atenção ao impacto do Harmattan serão determinantes para garantir que a Costa do Marfim continue liderando o mercado global de cacau.

Fonte: mercadodocacau com informações reuters

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