A região sul de Roraima apresenta um dos maiores potenciais para o cultivo de cacau do país, conforme a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Estudos realizados por pesquisadores com o fruto produzido em Entre Rios, no município de Caroebe, demonstraram uma qualidade superior à média nacional, informou o chefe-geral da Embrapa em Roraima, Otoniel Ribeiro Duarte, durante reunião realizada com a governadora Suely Campos, na manhã de sexta-feira, 1°, no Palácio Senador Hélio Campos, sobre a implantação de um polo cacaueiro no Estado.
No encontro, foram feitas as últimas tratativas do plano de trabalho de um convênio a ser firmado em breve pelo Governo do Estado, por meio da Seapa (Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento), e pela Comissão Executiva de Planejamento da Lavoura Cacaueira do Pará, com a interveniência da Embrapa, para implantação do polo cacaueiro na região Sul do Estado, começando pelo município de Caroebe.
Inicialmente, o projeto vai atender 300 agricultores familiares. As sementes do cacau serão distribuídas no segundo semestre, em outubro, para plantio no início das chuvas do próximo ano, no sistema agroflorestal, consorciado com outras frutas nativas da Amazônia, para aproveitamento e recuperação de áreas já desmatadas.
O Brasil tem, atualmente, três grandes polos cacaueiros: Bahia, Pará e Rondônia. Roraima deverá ser o quarto. O projeto é iniciar o plantio por Caroebe e depois expandir para São João da Baliza, São Luiz do Anauá, Rorainópolis e Caracaraí.
Segundo Otoniel, o plantio do cacau constitui uma importante fonte de renda para a agricultura familiar. Uma lavoura de cinco hectares garante renda mensal de R$ 9,5 mil. “Mas a ideia é fomentar toda a cadeia produtiva, atraindo a agroindústria para processamento do cacau aqui mesmo em Roraima, gerando mais oportunidades de emprego e renda no campo”, destacou a governadora Suely Campos.
Ela explicou que, nesse projeto, o Estado vai disponibilizar toda a assistência técnica aos produtores e ainda garantir as estruturas necessárias para a produção, entre as quais, a regularização fundiária dos imóveis, o escoamento e a comercialização do produto, que será orgânico.