A associação de exportadores GEPEX informou nesta terça-feira que a moagem de cacau na Costa do Marfim caiu 38,6% em setembro em relação ao mesmo período do ano anterior, totalizando 33.764 toneladas métricas. O dado reforça a desaceleração persistente da indústria de processamento no maior produtor mundial da commodity, em meio à escassez de grãos e margens industriais comprimidas.
Desde o início da temporada 2024/25, em outubro do ano passado, o país processou 588.194 toneladas de cacau, o que representa uma queda acumulada de 9,9% em comparação com o mesmo ponto da safra anterior. A redução é atribuída ao baixo volume de chegadas de grãos aos portos e às dificuldades enfrentadas pelas fábricas locais em manter operações diante do aperto na oferta e do aumento dos preços internacionais.
Os números do GEPEX incluem os resultados de seis das maiores empresas de moagem do país, entre elas Barry Callebaut, Olam e Cargill, que juntas representam a maior parte da capacidade industrial marfinense. A Costa do Marfim possui um potencial de processamento estimado em cerca de 750.000 toneladas anuais, disputando com a Holanda a liderança global no setor de moagem de cacau.
Com o fraco desempenho industrial, o mercado reforça expectativas de menor disponibilidade de produtos semiprocessados — como liquor, manteiga e pó de cacau — nos próximos meses, o que pode acentuar o desequilíbrio entre oferta e demanda no segmento global. Analistas indicam que a queda na moagem da Costa do Marfim, somada à retração observada em Gana, tende a pressionar as indústrias europeias e asiáticas que dependem desses derivados para a fabricação de chocolates e confeitos.
Fonte: mercadodocacau com informações reuters


