A aposta de pesquisadores e produtores em introduzir o cultivo do cacau em áreas não tradicionais como o cerrado e semiárido está resultando em projetos inovadores, com a produção de mudas que carregam o DNA da fruticultura tropical brasileira. Para socializar as experiências nesta nova cultura e também, buscar o fortalecimento da cadeia produtiva na região Oeste, durante dois dias, produtores, pesquisadores e investidores estão reunidos em Barreiras, no evento Cacauicultura 4.0, aberto nesta quinta-feira (20).
Para o diretor-científico do Centro de Inovação do Cacau (CIC), Cristiano Vilella Dias, o Matopiba é uma região estratégica para o desenvolvimento da cultura, com o uso de tecnologias aliadas à responsabilidade social e sustentabilidade. “Este evento busca promover a articulação entre os principais atores envolvidos na atividade, o histórico do cacau brasileiro não é considerado dos melhores, agora, vamos trabalhar juntos para reverter esta realidade e colocar o Brasil no mapa dos países produtores de cacau de qualidade”, destacou.
Representando o prefeito Zito Barbosa, o vice-prefeito Emerson Cardoso que participou do evento acompanhado do secretário de Agricultura e Tecnologia José Marques, reforçou que o Oeste é resultado de investimentos em produção e tecnologia associados ao empenho dos produtores que aqui apostaram, porém que é fundamental a união de todos para que projetos como o da cacauicultura alcancem êxito e se fortaleçam. “Esta cultura é uma nova janela que se abre para a região e, certamente, terá o apoio do poder público. Porém é importante reforçar que precisamos de uma macroestrutura para o escoamento da produção regional, assim como a ampliação no aeroporto de Barreiras, estas demandas serão exitosas com a união do poder público e produtores”, disse.
A diversificação de culturas no Oeste da Bahia foi lembrada tanto pelo presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Barreiras, Davi Schimidt, quanto pelo diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), Oziel Oliveira. Ambos ressaltaram que a produção do cacau pode ser comparada a introdução da soja, na década de 70, uma experiência que pode estar sendo repetida agora. “Acreditamos que o Oeste produzirá um cacau de alta qualidade e com tecnologia certificada para atender a exigente demanda dos mercados nacional e internacional. A cultura pode ser a soja dos próximos 20 ou 30 anos”, disse Schimidt.
Programação – O evento Cacauicultura 4.0 – Desafios e oportunidades da produção de cacau em áreas não tradicionais está sendo realizado no Centro Cultural Rivelino Silva de Carvalho até a sexta-feira (21). A programação é composta por palestras técnicas, casos de sucesso e visitas de campo. O objetivo é discutir os desafios da nova cadeia e promover a união e a visão estratégica de futuro da cacauicultura, gerando desenvolvimento e sustentabilidade para o cacau brasileiro.