O Estado é o terceiro maior produtor nacional de cacau, principal ingrediente do chocolate, com destaque para Linhares
Por Amanda Amaral
O Espírito Santo é o terceiro maior produtor de cacau no Brasil com dez mil quilos por ano. Quem curte uma boa sobremesa já sabe de qual iguaria a fruta é o ingrediente principal. Por isso, no Dia Mundial do Chocolate, comemorado nesta quinta-feira (07), a ES Brasil fez um levantamento sobre a cacauicultura capixaba.
O cultivo do cacau ocupa 17 mil hectares de área plantada no Estado, segundo informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). De acordo com o extensionista do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), Lucas Calazans, o interesse pela fruta e pela produção de chocolate entre os produtores capixabas têm crescido.
“O interesse é recente, mas de uns dez anos para cá tem crescido. Se tínhamos em torno de 25 municípios com atividade de cacau, hoje eles já são mais de 50. E o interesse não é só em produzir a semente, mas também de processar a amêndoa”, comentou.
Principais municípios produtores
No ano passado, dos 78 municípios capixabas, 53 deles possuíam produtores de cacau. O município com a maior área plantada é Linhares, contudo, também se destacam São Mateus, Colatina, e João Neiva, todos juntos equivalem a aproximadamente 93% da área cultivada no Espírito Santo.
Produtores de base familiar dos municípios da região sul do Estado, tais como Guarapari, Alfredo Chaves, Anchieta, Iconha, Cachoeiro de Itapemirim e Alegre, têm também despertado o interesse por essa atividade, conforme informações do Incaper.
Crescimento das fábricas
Grande parte da fruta produzida no Espírito Santo é enviada para as indústrias moageiras – de moagem, espalhadas no Brasil. Já uma pequena parte é comercializada internamente, demanda que tem crescido para atendimento às fábricas que vem sendo implementadas nos últimos anos no Estado, segundo Lucas Calazans.
“Alguns produtores rurais têm despertado interesse em cultivar a fruta e também processar suas próprias amêndoas para produção de chocolate. É o que conhecemos como produto tree to bar, ou seja, toda a produção é realizada no mesmo local, da árvore a barra de chocolate”, explica.
Fortalecimento da cadeia produtiva
No ano de 2020, o Espírito Santo produziu cerca de 4% do volume e do valor da fruta de todo o Brasil, segundo informações do Instituto Jones Santos Neves (IJSN). De acordo com o extensionista do Incaper, para evolução da cultura no Estado, é preciso dar continuidade ao apoio aos agricultores e com as capacitações.
“O caminho para expandir a atividade é continuar com o incentivo, apresentar projetos que estimulem a produção de cacau e também do chocolate. Também precisamos continuar com a capacitação dos técnicos, para isso contamos com a parceria do Senar-ES, que além das capacitações acompanha a evolução das propriedades. Precisamos fortalecer toda a cadeia produtiva, do plantio a comercialização, e o Estado tem feito isso com diversas ações”, pontuou.
Do ES para o mundo
Já com relação as exportações capixabas, a participação do cacau e suas preparações chegava a 0,20%, contudo apresentou uma queda em 2021 chegando a 0,13%. Nos cinco primeiros meses de 2022, ela está em 0,15%. Com relação aos países para os quais este produto é enviado pelo Espírito Santo, Uruguai, Argentina, Bolívia e Chile concentram em média 70% do total exportado nos três últimos anos, conforme dados do IJSN.
Cabe ressaltar que quando se refere as preparações do cacau, são inclusos diversos tipos de produtos originários da fruta, entre eles manteiga, óleo, nitz, geléia, pasta e outros. Fonte: EsBrasil.com.br